Segundo a acusação preparada por Ministério Público, e que esteve em avaliação pelo juíz de instrução criminal Ivo Rosa, José Sócrates terá usado mais de €12 milhões de uma conta de Carlos Santos Silva até ter sido detido. Eis alguns dos gastos que constam da acusação que inclui 28 arguidos:
1. Sócrates terá usado €2,8 milhões de euros para comprar a casa de Paris, a que se somaram as despesas com obras, condomínio e mobiliário. No total, gastou €3,5 milhões.
2. A acusação acredita ter havido lavagem de dinheiro no valor de €1,2 milhões com quatro negócios
simulados: três apartamentos comprados por Carlos Santos Silva à mãe de Sócrates e outro
à ex-mulher deste, Sofia Fava, a preços acima do mercado.
3. Da conta do BES terão saído 173 mil euros para comprar 6 774 exemplares do livro “A Confiança no Mundo”.
4. Constam também pagamentos a Domingos Farinho, que ajudou Sócrates a escrever os livros, e também a um economista que teria a tarefa de elogiar Sócrates e atacar os seus adversários na internet.
5. 428 mil euros serviram para pagar viagens para Santos Silva, Sócrates ou familiares. Algumas viagens ultrapassaram os 70 mil euros.
6. 197 mil euros foram usados para comprar, em 2011, obras de arte escolhidas por José Sócrates.
7. Era também Carlos Santos Silva que assumia as despesas de oito pessoas a cargo de Sócrates: os dois filhos, a ex-mulher, os salários do motorista e da secretária, e gastos de três amigas (Lígia Correia, Célia Tavares e Sandra Santos), no total de €1,3 milhões.
8. Para as despesas diárias, identificaram-se 39 entregas de envelopes com dinheiro, num total de 1,2 milhões de euros.
9. Investimentos em empresas de direitos televisivos e negócios do futebol no valor de mais de 3 milhões de euros.
José Sócrates em resposta à acusação: “Uma pessoa deixa de exercer funções públicas há mais de dois anos e não tem o direito de pedir dinheiro emprestado? Mas isso estava escrito nalgum lado?” Veja aqui a entrevista à VISÃO em maio de 2018

Artigo publicado na edição de 12 de outubro de 2017