Manuel Alegre não tem dúvidas de que é à esquerda que o PS deve continuar a procurar entendimentos, mesmo que nas legislativas do próximo ano consiga uma maioria absoluta. O contrário, isto é, entregar-se nos braços de PSD e CDS constituiria “um risco de morte”, que o partido dificilmente aguentaria.
Este sábado, no 22º Congresso, o histórico socialista colocou-se ao lado da corrente interna que tem Pedro Nuno Santos como principal figura, mostrando que se opõe às “tentações centristas” que António Costa e a sua cúpula possam vir a sentir.
“O PS não pode inverter o caminho atual. Uma viragem à direita representaria um risco de morte para o PS, porque o Bloco Central’ empobrece a democracia e o centrão significa empobrecimento do sistema e a ascensão do populismo”, realçou o ex-candidato presidencial.
Tal como Ascenso Simões, Alegre enfatizou que o partido “não deve ter medo de pedir a maioria absoluta” no próximo sufrágio para a Assembleia da República, até porque, continuou, “é preciso que fique claro que o PS é um partido da esquerda democrática e não a ala esquerda do neoliberalismo, nem a bengala da direita”. A Terceira Via, protagonizada por Tony Blair, “foi um desastre para o socialismo e para democracia”, acrescentou.
Sem mencionar o nome do ministro das Finanças, Alegre ainda considerou que, não obstante os “constrangimentos” orçamentais impostos por Bruxelas, os socialistas sabem “fazer contas melhor do que a direita”, razão pela qual, completou, “a palavra geringonça começou a ser traduzida em várias línguas”.
Com Lusa