“As operações de ontem [sexta-feira] são apenas o começo de uma nova fase de combate e os próximos dias determinarão o nível de resposta”, afirmou o chefe de segurança do grupo, Abu Ali al Askari, no Telegram, acrescentando que “os ataques às instalações dos EUA continuarão até que o último soldado seja expulso das terras do Iraque”.
Indicou ainda que a embaixada dos EUA em Bagdade é “uma base avançada para gerir operações militares” e “um antro de espionagem”, justificando assim o ataque de sexta-feira contra a delegação diplomática, que não causou feridos ou danos, mas provocou uma onda de condenações em Washington e no Governo iraquiano.
“Qualquer tolice por parte do inimigo norte-americano será recebida com uma resposta dupla e uma expansão das operações”, ameaçou Al Askari.
O Kataib Hezbollah, considerado terrorista por Washington, faz parte do grupo de milícias Resistência Islâmica no Iraque, que após a eclosão da guerra de Gaza reivindicou mais de 80 ações contra posições dos EUA no país árabe e na Síria pelo “apoio inabalável” dos EUA a Israel.
Dada a incapacidade do Governo iraquiano em controlar estas milícias, cujas armas políticas são maioritárias no parlamento, o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al Sudani, descreveu o ataque contra a representação diplomática norte-americana como um “ato terrorista” e uma “ameaça à segurança” do Iraque.
As suas palavras foram aplaudidas pelo secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que disse a Al Sudani que Washington “reserva-se ao direito de agir em legítima defesa” contra estes ataques e acusou Kataib Hezbollah de estar por detrás deles.
Os Estados Unidos “condenaram veementemente” na sexta-feira os ataques contra a sua embaixada em Bagdade, bem como contra as tropas norte-americanas e da coligação no Iraque, e apelou às autoridades iraquianas para “levar os seus perpetradores à justiça”.
“As numerosas milícias alinhadas com o Irão que operam livremente no Iraque ameaçam a segurança e a estabilidade do Iraque, os nossos soldados e os nossos parceiros na região”, afirmou o Departamento de Estado dos EUA num comunicado.
Salvas de foguetes foram disparadas na madrugada de sexta-feira contra a embaixada norte-americana localizada na ultra segura Zona Verde da capital iraquiana sem causar feridos, ilustrando o risco de escalada regional, após dois meses de guerra entre Israel e o Hamas palestiniano.
O ataque, que não foi imediatamente reivindicado, é o primeiro relatado contra a embaixada norte-americana desde que grupos armados pró Irão lançaram ataques semelhantes, em meados de outubro, contra militares norte-americanos ou forças da coligação antiterrorista internacional, no Iraque ou na vizinha Síria.
Na sexta-feira também, ocorreram cinco novos ataques tendo como alvo tropas norte-americanas e da coligação no Iraque e na Síria.
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