Américo Amorim recuperou a liderança perdida no ano passado para Soares dos Santos e volta a ser o homem mais rico de Portugal em 2013, ano em que as 25 maiores fortunas do país valorizaram 16%, segundo a revista Exame.
Na habitual lista anual dos 25 mais ricos de Portugal, a divulgar na edição de dezembro da Exame, que chega quinta-feira às bancas, a revista conclui que as 25 maiores fortunas do país somam 16,7 mil milhões de euros este ano, o que compara com os 14,4 mil milhões que valiam em 2012.
“Os tempos podem ser de crise, mas as maiores fortunas nacionais continuam a crescer”, escreve a Exame.
Segundo as contas da publicação, o total das 25 maiores fortunas equivale, em 2013, a 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, quando em 2012 representava 8,4%.
A maior fatia deste valor está concentrada nos quatro primeiros do ‘ranking’: Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos, a família Guimarães de Mello e Belmiro de Azevedo.
Segundo a Exame, o retorno de Américo Amorim à liderança da lista dos mais ricos – onde esteve em 2008, 2009, 2010 e 2011, acabando por ser destronado, no ano passado, pelo homem-forte da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos – é explicado pelo facto de ter conseguido “duplicar a sua fortuna em apenas um ano, com a subida de flecha do preço das acções que detém na Galp Energia, no Banco Popular e na Corticeira Amorim”.
No total, Amorim tem uma fortuna avaliada em 4,5 mil milhões de euros.
Embora tenha perdido a liderança, Soares dos Santos também viu a sua fortuna crescer em 2013, de 2,1 para 2,2 mil milhões de euros, mas não o suficiente para compensar a valorização da de Américo Amorim.
No ‘ranking’ da Exame, a Guimarães de Mello volta a surgir como a família mais rica de Portugal, mantendo a terceira posição, com uma fortuna de 1,7 mil milhões de euros.
Já o empresário Belmiro de Azevedo, do Grupo Sonae, que chegou a ser o homem mais rico do país, duplica a fortuna, para 1,2 mil milhões de euros, mas mantém o quarto lugar do ‘ranking’.
A mulher mais rica do país volta a ser, em 2013, Maria Isabel dos Santos, uma das principais accionistas do Grupo Jerónimo Martins, subindo do 9.º lugar do ano passado para o 7.º lugar no ‘ranking’, com uma fortuna de 574,9 milhões de euros.
Segundo a Exame, os 10 mais ricos de Portugal em 2013 são: Américo Amorim (4.503,6 milhões de euros, contra 1.955,9 milhões em 2012), Alexandre Soares dos Santos (2.190,3 milhões de euros, contra 2.070 milhões em 2012), família Guimarães de Mello (1.673 milhões de euros, contra 700,1 milhões em 2012), Belmiro de Azevedo (1.210,7 milhões de euros, contra 680,9 milhões em 2012), António da Silva Rodrigues (642,9 milhões de euros, com entrada directa no top 10), Fernando Figueiredo dos Santos (574,9 milhões de euros, contra 542,3 milhões em 2012), Maria Isabel dos Santos (574,9 milhões de euros, contra 542,3 milhões em 2012), António Mota (537,8 milhões de euros e entrada directa no top 10), família Alves Ribeiro (505,2 milhões de euros contra 650,8 milhões em 2012) e Maria do Carmo Espírito Santos Silva (497,4 milhões de euros e entrada directa no top 10).
A Exame diz ter alterado este ano a fórmula de apuramento do ‘ranking’ dos 25 bilionários portugueses, cujo património é avaliado “sobretudo pelo valor das sociedades detidas, cotadas e não cotadas em bolsa”.
Segundo a revista, em alguns casos, não tendo sido possível aferir as participações específicas de cada membro, foi avaliada a posição da família como um todo.
Na base do trabalho esteve a “consulta de informação disponível em centenas de relatórios e contas de empresas, de textos publicados em entrevistas e outro tipo de artigos, bem como a consulta de fontes próximas das companhias, nos casos em que a informação era praticamente inexistente”.
Para as empresas cotadas e ‘holdings’ de empresas cotadas foram tidas em conta as cotações das sociedades a 7 de Novembro de 2013, sendo que nestas últimas utilizou-se o valor do mercado da casa-mãe.
Já nas ‘holdings’ não cotadas foi aplicada a avaliação da soma das partes e nas sociedades do grupo foi aplicado, individualmente ou consolidado, o método dos múltiplos EV/EBIDTA, para assim se chegar ao valor total.
Quanto às sociedades imobiliárias, foram avaliados os capitais próprios, enquanto para as empresas da banca e dos seguros não cotadas foi considerada a utilização do PER do sector sobre os lucros.
De acordo com a Exame, não foi possível avaliar a liquidez existente em contas bancárias dos protagonistas dentro ou fora do país, bem como as suas dívidas pessoais e outros créditos associados.