De 27 de novembro a 14 de dezembro, a Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA) acolhe a exposição da 3ª edição do The Sovereign Portuguese Art Prize, prémio anual organizado pela Sovereign Art Foundation (SAF), que ajuda crianças desfavorecidas ou em situações de risco usando as artes como forma de reabilitação, educação e terapia.
Em mostra estarão as obras de 33 finalistas, que concorrem por um prémio de 25 mil euros, atribuído a 7 de dezembro por um painel internacional de jurados.
Entre eles contam-se os nomes de Tim Marlow, diretor executivo do Design Museum, em Londres, David Elliot, escritor, curador e diretor de museus de arte moderna e contemporânea; Philippe Vergne, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Vicente Todolí, diretor artístico da Fundação Pirelli HangarBicocca, em Milão, Maura Marvão, diretora da Philips em Portugal e Espanha, João Paulo Queiroz, presidente da direção da SNBA, e Cassio Markowski, artista e vencedor do Sovereign Portuguese Art Prize 2023.
Uma vez que, além de angariar fundos, o prémio quer mostrar o que de melhor se faz em Portugal e ainda não é conhecido lá fora, as candidaturas não são espontâneas. Aceitam-se artistas portugueses, quer vivam ou não em Portugal, e artistas de outras nacionalidades, desde que vivam e trabalhem em Portugal, mas todos eles são sugeridos por um grupo de “nomeadores” – diretores de museus, curadores, críticos e especialistas em arte – que apontam 200 concorrentes, depois reduzidos a 33 finalistas.
Entre os finalistas de 2024 contam-se nomes como Luísa Jacinto, Francisco Trêpa, Maja Escher, Tomek Sadurski, Maria Luísa Capela, Waisted Rita e José Pedro Cortes.
Projeto de responsabilidade social em Estremoz
Criado em 2003 por Howard Bilton, presidente da consultora Sovereign Group, o prémio surgiu como um veículo de angariação de fundos, usados para ajudar crianças desfavorecidas. “Poderia fazê-lo sem organizar um prémio de arte, é claro, mas desta forma consigo também ajudar os artistas”, explica Bilton.
Essa primeira edição começou em Hong Kong, onde Howard vivia, chegou a África há cinco anos, após uma parceria com a Norval Foundation, e a Portugal, há três, desde que o presidente da Sovereign Group veio viver para cá.
“Naturalmente, queria fazer a diferença e um bom trabalho na minha nova casa”, conta, admitindo que o nosso país “é uma escolha peculiar, porque, tendo apenas 11 milhões de habitantes, a base de colecionadores e a comunidade artística são reduzidas”. Mas, precisamente por isso, Howard pensou “que o prémio poderia fazer realmente uma grande diferença, sobretudo para os artistas”.
A fórmula é simples. Das 33 obras finalistas, exceto a vencedora, que passará a integrar a coleção da SNBA, 22 serão vendidas na exposição e 10 leiloadas pela leiloeira Phillips num jantar de gala, dia 7 de dezembro, no Palácio da Bacalhôa, ao qual podem aceder todos os que comprarem bilhete, enviando um e-mail à fundação.
“Tanto no caso das obras leiloadas como no caso das vendidas, os artistas recebem 50% da venda, a mesma percentagem a que teriam direito numa galeria, e os restantes 50% revertem para projetos sociais que estamos a implementar em Portugal”, sublinha o presidente.
Os projetos em questão, implementados há dois anos em Estremoz, prendem-se com a utilização da arte como forma de terapia e reabilitação para crianças em circunstâncias muito complicadas, seja porque têm problemas mentais, dificuldades de aprendizagem ou que são abusadas física ou psicologicamente. “É uma ferramenta muito poderosa que podemos usar para ajudá-las a regressar ao sistema de educação convencional”.
Apesar de, pessoalmente, ser um grande colecionador de arte, Howard Bilton sublinha que a Fundação não compra obras aos artistas, pois usa todo o dinheiro angariado para investir nos programas artísticos na comunidade.
Este ano, além das obras a concurso, Jorge Queiroz, vencedor do primeiro Sovereign Portuguese Art Prize, ofereceu uma edição limitada de impressões da obra com que ganhou o prémio, as quais serão vendidas a 3800 euros cada e cujo valor reverterá na totalidade para os projetos da Fundação em Estremoz.
No último dia da exposição será também revelado o vencedor Prémio do Voto do Público, no valor de dois mil euros, escolhido através de uma votação online, já a decorrer, e dos votos presenciais daqueles que passarem pela SNBA nos próximos dias.
The 2024 Sovereign Portuguese Art Prize > Sociedade Nacional de Belas Artes, R. Barata Salgueiro, 36, Lisboa > T. 21 313 8510 > 27 nov-16 dez, seg-sex 12h-19h, sáb 14h-19h > grátis