Pode o diálogo entre a arte e a arquitetura ajudar a redefinir um território? A arquiteta Andreia Garcia, curadora do programa de arquitetura da 18º Bienal de Arte Contemporânea da Maia, que termina no final deste mês, acredita que sim. E a inauguração este sábado, 16, de duas instalações artísticas nos dois silos da antiga fábrica de óleos AAA (3 ás), no âmbito do projeto Shaping Shape, contribuirão, acredita, para “um sentido crítico e de diálogo” acerca desses lugares.
Quando a arquiteta (de 32 anos) – e, posteriormente, o coletivo de artistas que convidou – olhou para o conjunto de oito Silos de 50 metros (quatro do lado poente e quatro do lado nascente) da antiga fábrica de óleos, agora um centro empresarial propriedade do grupo Lionesa, na Maia, percebeu que o diálogo entre a arte e arquitetura seria a melhor forma de dar “um novo sentido à cidade e ao seu espaço público”.
Assim, os silos de grandes dimensões, onde ainda se armazenam cereais, vêm nascer duas obras artísticas. De um lado, in-cisões-forma juntou a arquitetura do Diogo Aguiar Studio ao artista plástico Pedro Tudela, num projeto que, descreve a curadora, “resulta no atravessamento de três planos convexos espelhados que simbolizam “o reflexo da identidade desse lugar”. Já em Travessa, da dupla de arquitetos FAHR 021.3 (Filipa Frois Almeida e Hugo Reis) e da artista Dalila Gonçalves, partiu-se da ideia “dos grampos usados na escultura, na recuperação de peças, para criar uma alegoria que une as partes.”
No que respeita à arquitetura, a Bienal de Arte da Maia deixa outros legados como uma peça de Gabriela Vaz Pinheiro, no exterior do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, e, uma outra, do coletivo Morada Vaga, no exterior do Fórum da Maia.
Bienal de Arte Contemporânea da Maia > Projeto Shaping Shape, Silos do Centro Empresarial 3ás, Ponte da Pedra, Maia > 16 set, sáb 19h30, concerto Thunder & Co 22h > grátis