Dez edições de Lisboa Mistura e 20 anos da associação Sons da Lusofonia. De números redondos se faz este ano o encontro que celebra as misturas da cidade, com cinco dias de concertos e conversas, a contar a partir desta terça-feira, 19. “Não é um festival, porque não se trata de convidar uns artistas que tocam um dia e depois vão embora”, diz Carlos Martins, músico e presidente da Sons da Lusofonia, a associação que organiza o Lisboa Mistura. “É um acontecimento de participação comunitária”, defende. É neste sentido que se insere o trabalho desenvolvido pela OPA – Oficina Portátil de Artes, um projeto pedagógico com uma década que reúne jovens de diversos bairros de Lisboa, dirigido pelo músico Francisco Rebelo, dos Orelha Negra.
O reconhecimento chega agora: a estes jovens caberá o concerto de abertura marcado para esta quarta-feira, 20, às 21 horas, no palco principal do Largo do Intendente, acompanhados por músicos profissionais. A antecipar a estreia em palco está o ensaio aberto de hoje, terça-feira, na escola Restart, a partir das 18 horas na Rua da Almargem. É o dia de arranque oficial do programa, que inclui também uma sessão de live graffiti com Glue e Mosaik, entre as 17 e as 20 horas, na loja Underdogs Art Store / Montana Lisboa, no Cais do Sodré. E ainda uma conversa sobre O Som de Lisboa, no Largo da Severa, a partir das 19 horas, com a participação dos músicos DJ Marfox, Maria Reis (Pega Monstro), Camané e Gabriel Ferrandini, e do jornalista Mário Lopes.
Outro dos destaques vai para o concerto de Valete e NBC na quinta-feira, 21, às 21h30, a convidar ao palco uma mão cheia de outros MC’s numa espécie de celebração do movimento hip-hop em Portugal. “Há 18 anos”, conta Carlos Martins, “a Sons da Lusofonia, com o Jorge Sarmento Marques, organizou o primeiro encontro nacional de hip-hop, onde o Valete e o NBC deram o seu primeiro concerto. Passado este tempo, são eles que estão no palco a convidar outros”. A saber: Virgul, Maze, Fuse, Sir Scratch, Bob da Rage Sense, entre outros.
O quarto dia do Lisboa Mistura (sexta-feira, 22) faz-se com dois grupos estrangeiros convidados. O coletivo sul-africano Batuk, que vem apresentar o seu disco de estreia, Músicas da Terra, com a participação especial do percussionista Gueladjo Sané da Guiné-Bissau. E os congoleses Konono No. 1, a trazer a música eletrónica ao palco do Largo Intendente a partir das 22 horas, acompanhados por Selma Uamusse e MC AF Diaphra.
Do vasto programa, destaque ainda para as late night, todos os dias a partir da meia-noite na Casa Independente, com os beats de DJ Marfox, Sam The Kid (DJ set) & DJ Big, Serial DJ Set (mond Da Gap), Blasksea Não Maya e DJ Ricardo Maneira.
A grande celebração da língua portuguesa está marcada para sábado, 23, último dia do Lisboa Mistura, a juntar, no mesmo palco, alguns dos maiores nomes da música cantada em português: Waldemar Bastos (Angola), Kimi Djabaté (Guiné), André Cabaço (Moçambique), Tonecas Prazeres (São Tomé), Jenifer Solidade e Khaly Angel (Cabo Verde), Leo Minax e Alexandre Frazão (Brasil), Carlos Barretto, Mário Delgado e Carlos Martins (Portugal). Haveria melhor forma de assinalar os 20 anos da associação Sons da Lusofonia?
Lisboa Mistura > Lg. do Intendente > 19-23 jul, qua-sáb 21h > grátis