Faz frio a sério em Mouthe. Neste vilarejo no Oeste de França, perto da fronteira com a Suíça, as noites geladas revelam auroras boreais, a luz treme por causa do gelo nos fios da eletricidade, um xamã fala com os bisontes, os monges beneditinos do mosteiro vizinho produzem absinto e um elixir da clarividência que estimula a mente.
David Rousseau, um escritor de romances policiais de sucesso, recebe uma mensagem por e-mail que o faz regressar à terra onde passava as férias da sua infância. Uma série de mortes em Mouthe (esta localidade existe mesmo) acaba por arrastá-lo para uma investigação policial – e, quem sabe, até a inspirar Rousseau a escrever o seu próximo livro.
Polar Park, minissérie francesa de seis episódios, é uma adaptação livre do filme Poupoupidou (2011), realizado também por Gérald Hustache-Mathieu. Vive da mesma atmosfera invernal do filme, tem os mesmos protagonistas (o escritor David Rousseau e o gendarme Louvelot) interpretados pelos mesmos atores (Jean-Paul Rouve e Guillaume Gouix, respetivamente), segue o mesmo registo entre o suspense e o humor negro. Mas não conta exatamente a mesma história.
Desta vez, não se trata de resolver um assassínio, mas vários, que têm em comum a encenação de obras maiores da arte: Autorretrato com Orelha Enfaixada e Cachimbo, de Vincent van Gogh, Shot Sage Blue Marilyn, de Andy Warhol, Mulher Deitada Lendo, de Pablo Picasso, ou Homem de Vitrúvio, o desenho que Leonardo da Vinci fez do corpo humano com as suas proporções ideais.
Diferentes personagens contribuem para desvendar quem é, afinal, o assassino em série amante da arte. O rapaz que trabalha na biblioteca e vende ilegalmente o elixir da clarividência? A professora de Francês que é a maior admiradora do escritor? A cantora de bar que é craque no jogo Scrabble?
Polar Park > Estreia 17 mar, seg 22h10 > 6 episódios