Passeio pela região de Coimbra com chanfana, bolo de Ançã e leitão da Bairrada

A tradicional chanfana. Foto: Pedro Cerqueira

Passeio pela região de Coimbra com chanfana, bolo de Ançã e leitão da Bairrada

De olhos postos no Atlântico, chegamos à vila de Mira, onde o cheiro a maresia contagia tudo em redor. A praia tem fama e estatuto singulares: é a única zona balnear da Europa com Bandeira Azul desde 1987. Atravessando a pé a marginal, junto à barrinha, alcançamos o Palheiros de Mira, que é museu e posto de turismo desde os anos 70. Neste edifício típico, remodelado em 2020, conta-se a história de casas com telhado de estorno (palha fininha) e assentes em estacas, e recria-se a memória da avenida da praia, “um trabalho de três artesãos da vila”, diz Martha Camarneira, responsável pelo museu. Junto ao barco em meia-lua, com quatro remos, que em tempos envolvia 42 homens, testemunha-se a perícia da arte xávega. Da vila piscatória, partimos pela Região do Centro do País, em jeito de road trip, com paragens em vilas, cidades e aldeias, da costa atlântica à serra da Estrela.

Em Cantanhede, já nos aguarda Eliseu Henriques, 25 anos. Foi com a avó, Maria de Jesus, que aprendeu a fazer o bolo de Ançã, ao qual se dedica a tempo inteiro. No passado, comum em casamentos e na Páscoa, o bolo “virou moda” após o concurso 7 Maravilhas Doces, em 2019, mas “ninguém sabe há quanto tempo ele é feito”, garante o boleiro mais jovem da região.

O cheiro adocicado paira no ar. Depois de se juntar os ingredientes – farinha, açúcar, ovos, raspa de limão e fermento –, divide-se a massa em porções de 600 gramas, ficando a levedar durante quatro horas. Entretanto, aquece-se o forno, com lenha de pinho, até atingir a temperatura ideal. Retiram-se as brasas e borrifa-se a pedra com água. Falta apenas pincelar os bolos, com ovo previamente batido, e lá vão eles a cozer. Passados cinco minutos, são retirados, um a um, para se executam as cristas, voltando de novo ao forno até ficarem bem douradinhos. “É um bolo guloso, para comer frio”, diz Eliseu.

Na Mealhada, no centro de visitas das Caves Messias – uma continuação da longa história iniciada em 1926 pelo seu fundador, Messias Ferreira Baptista, um comerciante da cidade –, o espumante borbulha no copo. Nas galerias subterrâneas, instaladas nas antigas cubas de cimento, o pó espesso cobre as garrafas mais antigas. Todos os espumantes ali produzidos seguem as regras do método clássico – duas fermentações, a segunda em garrafa –, estagiando depois nas tais galerias subterrâneas, sem verem a luz do dia, de um a três anos. A bebida, já se sabe, casa bem com o leitão feito à moda da Bairrada, e não é por acaso. Ali bem perto, no Rei dos Leitões, o dito assa lentamente no forno aquecido a lenha, até a pele ficar estaladiça, e chega à mesa com batata frita (ou cozida, em alternativa), laranja e alface. Das entradas à sobremesa, no restaurante fundado em 1947, é visível o cuidado na escolha dos produtos, por isso considere-se também a sopa de santola, para início da refeição, e o morgado do Bussaco, a terminar.

A cerca de 30 minutos de distância, na Pastelaria Afonso, em Tentúgal, numa sala que mais parece um ginásio, inicia-se o bailado dos pastéis. No chão está um colchão fino coberto por um lençol branco, imaculado. Isabel Rama, pasteleira há duas décadas, atira para o meio um grande pedaço de massa. Depois, com gestos seguros, vai esticando as pontas da massa, até esta formar um balão no ar e pousar lentamente. O ritual repete-se, uma e outra vez, e, se a massa ameaçar abrir, Isabel atira-lhe com um pano branco, que traz no ombro, para impedir o rasgão. Na confeção deste doce, originário do Convento de Nossa Senhora do Carmo, localizado na vila, “o protagonismo é das pasteleiras”, assegura Olga Cavaleiro, herdeira da Pastelaria Afonso.

Para ficar estaladiça, a massa dos pastéis de Tentúgal, feita com farinha muito fina e água, não poderá ultrapassar os 0,05 milímetros de espessura. Depois de cortada em quadrados, sobrepostos de forma desencontrada, põe-se o recheio à base de ovos, açúcar e água. Antes de entrar no forno, o pastel é “colado”, com uns pingos de manteiga e a ajuda de uma pena, pelas pasteleiras Maria do Carmo Guinot e Lilia Costa. Ali ao lado, está outra delícia da vila, as queijadas de Tentúgal, feitas com queijo Rabaçal e pouco açúcar, um aconchego naquele final de tarde chuvoso.

A herança das clarissas

A segunda etapa deste roteiro começa bem cedo, em Penacova, com um passeio de barca serrana no rio Mondego. Ao ecoar do grito “Ó da rooooooda!” de Miguel Matias, barqueiro da Serranas do Mondego, levanta-se parte da ponte pedonal em madeira, junto à praia fluvial do Reconquinho. O projeto nasceu de dois amigos, Vítor Seco e Fábio Nogueira, que quiseram pôr a embarcação de novo no rio, após a original ter sido levada na última cheia, em 2019. Sempre que o tempo está de feição, Miguel faz-se ao rio na Tareco, uma “réplica fidedigna, à exceção do motorzinho elétrico, mais amigo do ambiente”. Já o nome, explica, “era a alcunha” do avô e do bisavô de Vítor e Fábio, respetivamente. São 50 minutos de viagem à boleia das estórias de lavadeiras e burgueses, que enquadram a importância da embarcação utilizada, em tempos, para ligar a serra da Estrela à Figueira da Foz. “É através dela que tudo se desenvolve na região”, continua Miguel. A bordo, serve-se uma merenda com enchidos, queijo, vinho e nevadas, um doce de massa fofa, com recheio de ovos e cobertura de açúcar.

Ainda não recuperados do repasto, seguimos para uma mostra de doçaria conventual no restaurante Cordel Maneirista, em Coimbra. Ali, cada receita é reproduzida, com todo o rigor, pelo chefe Paulo Queirós. No terraço, ao lado do Convento de São Francisco e com vista para a cidade que se estende pelas colinas, servem-se papos de anjo, bolo de noz e pudim das clarissas, legado do Convento de Santa Clara que já entrou no receituário do País. “Coimbra transborda-se a si própria. É uma região, não é uma cidade”, afirma o chefe de cozinha. Na verdade, há tanto para saber (e provar) sobre esta “cozinha identitária, apurada em festas, repúblicas e tascas”, que não cabe numa escapada.


As visitas à Praxis acompanham o processo de produção da cerveja artesanal, terminado com uma prova. Foto: Pedro Cerqueira

Também em Coimbra, a cervejaria Praxis recuperou a produção artesanal de cerveja, um ex-líbris da cidade. Na visita à fábrica, além de explicado o processo de produção, iniciado nos anos 90, por Arnaldo Baptista, acompanha-se a história de marcas como a Topázio e a Onix, que voltaram a ser produzidas pela Praxis. “É um regresso às raízes”, afirma Pedro Baptista, administrador da empresa que, de acordo com os World Beer Awards 2021, tem “a melhor imperial stout do mundo”.

Seguimos depois na direção da foz do Mondego e, já de olhos postos na planície, chegamos à Ernesto Morgado, empresa de arroz mais antiga do País. Fundada em 1920, está situada no vale do Mondego, “onde se produz o melhor arroz carolino do mundo”, garante o administrador José Manuel Russo. Nos 90 hectares de campo, em abril, inicia-se a sementeira e, em setembro, quando a espiga já está dourada, faz-se a ceifa. Ainda com casca, o arroz chega à fábrica em camiões, e, depois de analisado, será submetido à pré-limpeza, secagem, descasque e branqueamento. Com a imagem de um bando de garças no horizonte, seguimos a Figueira da Foz, onde está o Marégrafo, um dos melhores representantes da gastronomia regional da Beira Litoral, dedicado a servir o que, diariamente, chega do mar.

Jantar à beira do Cobral

De outros sabores, daremos conta na Casa do Bóco, no concelho de Oliveira do Hospital, onde dormimos na última paragem desta rota. Perto da serra da Lousã, começamos por visitar a oficina de Fernando Correia, ligada ao barro preto, na freguesia de Olho Marinho, em Vila Nova de Poiares. “É uma tradição familiar, com mais de 150 anos”, diz Fernando, enquanto dá forma a um caçoilo. Antes, é preciso cortar um pedaço de barro, colocá-lo na roda e moldar a peça com ajuda de uma esponja. Segue-se a pré-secagem e este vai outra vez às mãos do oleiro para “polir e rebordar”, ficando depois a secar até entrar no forno, a 1 020 graus, onde irá cozer por seis horas. Terminada a cozedura, os caçoilos repousam, durante 24 horas, até poderem ser usados, por exemplo, na confeção da chanfana. Mas já lá iremos. Façamos, primeiro, um desvio pela serra da Lousã. Com belas paisagens naturais, flora singular e um clima próprio, nas suas encostas encontram refúgio cerca de sete mil colmeias. São da cooperativa Lousãmel, que produz o mel Serra da Lousã DOP, “à base de urze, de sabor intenso e de cor escura”, explica a técnica Ana Paula Sançana, aquando da visita, em que, equipados a rigor, pudemos ver, de perto, o mundo maravilhoso das abelhas.

A escassos quilómetros, em Miranda do Corvo, no Museu da Chanfana, da Fundação ADFP – Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, há outro protagonista: a cabra velha, imersa num bom vinho tinto, alho, louro, colorau e cravinho, que chega à mesa acompanhada de batata e de grelos.

Seguimos na direção de Oliveira do Hospital, concelho encostado à serra da Estrela, rumo à aldeia de Meruge, conhecida como a terra do porco. Na época certa, em meados de novembro, poderá assistir-se à confeção artesanal de enchidos, iniciativa da Associação do Vale do Cobral, no antigo forno comunitário. O Cobral, rio que atravessa a terra, serve de cenário à Casa do Bóco, um antigo morgado convertido em alojamento local, onde temos marcado o jantar. Na cozinha, está João Quaresma que nos brinda com croquetes de borrego assado, pastel de queijo serra da Estrela DOP com pera-passa São Bartolomeu, sopa serrana, arroz de carne e enchidos e tigelada… Um festim de sabores da região, a fechar esta viagem que começou lá longe, junto ao mar.

Comer, dormir e visitar

Bolo de Ançã – Eliseu Henriques > Ançã, Cantanhede > T. 91 943 5155 > sex-dom 9h-17h

Cordel Maneirista > R. Carlos Mota Pinto de Abreu, Coimbra > T. 239 164 261 > seg-ter, qui-sáb 12h-14h30, 19h-22h30, dom 19h-22h30

Marégrafo > Lg. Maria Jarra, 2, Buarcos, Figueira da Foz > T. 91 519 0547 > seg, dom 12h15-22h30, qua-sáb 12h15-02h

Museu da Chanfana > Miranda do Corvo > T. 91 536 1527 > seg-dom 12h-15h, 19h30-22h

O Regional do Cabrito Aposta na cozinha tradicional, como cabrito assado no forno e escarpiadas, doce típico de Condeixa-a-Nova. Pç. da República, 25, Condeixa-a-Nova > T. 239 062 438 > seg-dom 12h30-15h30, 18h30-22h

Pastelaria Afonso > EN 111, Tentúgal > T. 239 951 140 > seg-dom 7h30–22h > visita grátis, €2 com degustação

Rei dos Leitões > Av. Restauração, 17, Mealhada > T. 96 812 3084 > seg, qui-dom 12h-22h, ter 12h-15h

Restaurante Salgáboca Além de peixe grelhado, há outras sugestões, como pitéu de raia e arroz de berbigão com grelos. R. Furriel Henriques da Costa, Mira > T. 231 471 158 > seg-dom 10h30-15h30, 18h30-23h

Caves Messias > Av. Comendador Messias Baptista, 56, Mealhada > T. 231 200 970 > seg-sex 10h-14h-17h > visita às caves €5

Palheiros de Mira > Av. da Barrinha, 55, Mira > T. 231 480 550 > seg–dom, 9h-13h, 15h-17h > grátis

Praxis > R. António Augusto Gonçalves, lote 28-29, Santa Clara, Coimbra > T. 239 440 207 > seg-qui, dom 11h-22h30, sex-sáb 11h-23h30 > visitas a partir de €5

Serranas do Mondego > Praia Fluvial do Reconquinho, Penacova > T. 96 803 9154 > ter-sex 10h-19h, sáb-dom 9h-19h > a partir de €6

Aqua Village Health Resort & Spa Distribui-se por 30 apartamentos, com sala e cozinha. No spa, há uma piscina termal hidrodinâmica. Av. Principal, 5, Caldas de S. Pedro, Oliveira do Hospital > T. 238 249 040 > a partir de €162

Casa do Bóco > R. Boco, 3, Meruge, Oliveira do Hospital > T. 91 291 0918 > a partir de €55, jantares por marcação

Eurostars Oasis Plaza > Av. do Brasil, Figueira da Foz > T. 233 200 010 > a partir de €55

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