As obras de reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes começaram há um ano, depois dos 14 anos de agonia que passou fechado
Marcos Borga
Carlos Lopes, figura maior do atletismo português, faz 70 anos, no próximo sábado, 18, e tendo a Associação de Turismo de Lisboa que escolher um dia no calendário para reinaugurar o pavilhão batizado, em 1984, com o nome do campeão olímpico, então que fosse uma data simbólica. Feita a festa oficial – que inclui a inauguração de uma exposição de homenagem ao atleta português a ocupar os dois torreões –, o pavilhão estará aberto todos os dias, até 19 de março, para satisfazer a curiosidade dos lisboetas.
Uma instalação multimédia assinala, na sala principal, os 20 anos do Turismo de Lisboa (entidade responsável pelo pavilhão nos próximos 50 anos) e conta um pouco da história do edifício desenhado pelos arquitetos Carlos e Guilherme Rebello de Andrade que atravessou o Atlântico duas vezes – primeiro para o Brasil, para ser o Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional do Rio de Janeiro de 1922; depois, no início dos anos 1930, rumo a Lisboa, para ser montado no local onde se encontra (ainda o Parque Eduardo VII não existia).
E se nos registos ficou o Campeonato Mundial de Hóquei em Patins de 1947, ganho por Portugal, na memória mais recente estão os comícios políticos do pós-25 de Abril, os espetáculos e concertos, os saraus e até as Marchas Populares que aconteceram no então Pavilhão dos Desportos. “E é todo este legado”, diz Vitor Costa, presidente da ATL, “que assumimos para o novo Pavilhão Carlos Lopes”.
Os 14 anos que passou fechado foram de agonia e as obras de reabilitação começaram há um ano. Restauraram-se os tetos de estuque e os vários painéis de azulejos, produzidos pela Fábrica de Sacavém, que decoram a entrada principal, o átrio central, os dois foyers, o Salão Nobre e as escadarias interiores. Irreconhecível está a sala principal – toda nova, porque as bancadas estavam podres e havia que retirar o teto de amianto.
À volta do edifício fez-se uma pequena revolução. Saiu o parque de estacionamento da EMEL para dar lugar a uma zona de estar com bancos, e abriu-se uma escadaria virada ao Parque Eduardo VII. Também o acesso pela Rua Sidónio Pais foi melhorado, a inclui agora uma escada rolante que funcionará em dias especiais. Como se espera que seja a próxima edição do Peixe em Lisboa, que ali decorre de 30 de março a 9 de abril, ou a edição de outubro da ModaLisboa.
A exposição de homenagem a Carlos Lopes ocupa os dois torreões do Pavilhão até 19 de março
Marcos Borga
Pavilhão Carlos Lopes > Av. Sidónio Pais, 16, Lisboa > seg-dom 10h-18h > Exposição + Instalação Multimédia, 18 fev-19 mar > grátis