Gangsters, de Thom Yorke e Mark Pritchard
Do álbum Tall Tales, 9 de maio

Qualquer projeto que envolva o nome de Thom Yorke cativa a atenção de milhares de admiradores em todo o mundo, não só atraídos pela sua voz nos Radiohead mas também pelos seus vários projetos paralelos (os The Smile, por exemplo). Desta vez, trata-se de um disco a dois. Desde os tempos da pandemia que o produtor e músico inglês Mark Pritchard e Thom Yorke foram trocando, à distância, ficheiros e ideias musicais. Por norma, Mark enviava as suas composições e experiências eletrónicas e Thom acrescentava-lhe palavras, mas o vocalista dos Radiohead acabou por contribuir também na parte musical. Gangsters, o mais recente single (sucedeu a Back in the Game e This Conversation Is Missing Your Voice), é uma estimulante e livre peça de pop eletrónica. O lançamento do álbum é acompanhado pela estreia de um filme, feito com IA, de Zawada.
Spike Island, de Pulp
Do álbum More, 6 de junho

O anúncio do regresso dos Pulp aos discos já é um dos acontecimentos musicais do ano. Na atuação do ano passado no festival Primavera Sound, no Porto, já se tinha percebido que as suas vetustas canções, quase todas vindas do século passado, estavam a envelhecer muito bem e tinham ouvintes atentos e entusiasmados de várias gerações, mesmo aquela dos que ainda nem tinham nascido quando os Pulp lançaram o mais recente disco de originais: We Love Life, de 2001. Agora, 24 anos depois, Jarvis Cocker – que, convenhamos, não está assim tão diferente da imagem que sempre cultivou – e companhia anunciam a chegada de More. Antecipando-o, aí está Spike Island. A sensação é a de reencontro: das guitarras, daquela voz, de um britpop sofisticado sempre com um travo de ironia blasé. Sabemos bem o que acontece em casos como este: na já anunciada digressão de More, o público vai exultar sempre que os Pulp tocam “uma das antigas” e receber com quase indiferença as canções novas. Mesmo assim, são muitos a aguardar com altas expectativas este regresso aos discos de uma das mais singulares e bem-sucedidas bandas inglesas de sempre.
Chambermaid, de Suzanne Vega
Do álbum Flying with Angels, 2 de maio

Ouvindo os primeiros acordes de Chambermaid, acreditamos que estamos perante uma versão de I Want You, de Bob Dylan. Não é exatamente o caso, mas quase. O riff de guitarra é inconfundível, sim, e o fraseado de Suzanne Vega faz pensar imediatamente no músico Nobel da Literatura. Mas a letra é original e a melodia serpenteia por outros caminhos. É, sim, uma homenagem deliberada de uma grande contadora de histórias. E desde 2014 (ano de Tales from the Realm of the Queen of Pentacles) que não havia um álbum de canções e histórias novas de Suzanne Vega. Flying with Angels chega 40 anos depois da estreia da música com um disco (Suzanne Vega) que prometia muito. Além de Chambermaid, já se conhecem, também, os singles Rats e Speakers’ Corner. A icónica franjinha mantém-se.
Year of the Snake, de Arcade Fire
Do álbum Pink Elephant, 9 de maio

É o primeiro disco dos canadianos gravado sem a presença em estúdio de Will Butler, irmão de Win Butler, rosto dos Arcade Fire, ao lado da mulher, Régine Chassagne. Esse facto, por si, indicia uma nova fase na vida da banda, mas ouvindo o single de avanço de Pink Elephant – sétimo álbum do grupo, sucessor de We, de 2022 – não parece haver nenhum sobressalto musical. Year of the Snake é uma competente canção de mais de cinco minutos, em que as vozes de Win e Régine vão sobrevoando uma batida nervosa de baixo e bateria, repetindo a expressão “é uma era de mudanças…”. Os Arcade Fire apostaram sempre em ideias novas e happenings para cada disco. No caso de Pink Elephant, anunciaram uma minidigressão por pequenas salas onde vão tocar o novo álbum na íntegra.