
Lucília Monteiro
O projeto nasceu em 2010, em Manteigas, da vontade de recuperar o burel, um tecido de pura lã, rústico e tradicional, que estava em vias de extinção. Começou pela reabilitação da fábrica de lanifícios Império e pela criação da marca Burel Factory. “Os nossos designers mostram como um tecido, antigamente conotado como pobre, é afinal riquíssimo e deve ser valorizado”, afirma Isabel Costa, a fundadora da empresa. Seguiu-se a abertura das lojas da Burel, primeiro em Manteigas e em Lisboa, e, desde meados de dezembro, no Porto.
“Os nossos clientes gostam muito do facto de serem produtos portugueses com história, alma e inovação”, conta a empresária. A cor, a forma e a tridimensionalidade do burel é explorada de múltiplas formas. E essa versatilidade é visível na recente loja do Porto, situada numa antiga loja de ferragens, da qual se conseguiu preservar uma parte do mobiliário original. Com o andar superior repleto de écharpes, casacos, acessórios, malas e carteiras e o piso de baixo mais focado nas potencialidades decorativas do burel, seja em painéis de parede, almofadas ou mantas. O próprio burel também é vendido a metro. Há por isso pano para mangas à nossa imaginação.
Os malotes, disponíveis em mais de 40 cores, foram os últimos produtos a serem lançados pela Burel Factory. Há mais 20 designers a trabalhar para a marca desenvolvida pelos mesmos donos da Casa das Penhas Douradas.

Lucília Monteiro
Loja da Burel > R. Mouzinho da Silveira, 83, Porto > T. 22 320 3798 > seg-sáb 10h-20h, dom 11h-19h