O belo e o gosto são dos mais subjetivos temas para se discutir. Mas acreditamos que o Rocco deve ser consensual para uma maioria de gente que aprecia a arte, da gastronómica à vínica, da decoração de interiores (Lázaro Rosa Violán) ao saber receber. Está tudo certo.

O Crudo Bar está lá desde a inauguração (2021), mas recentemente ganhou uma atração – ostras e champanhe, numa hora calma (16h-18h). O menu (€35) conjuga moluscos e uma flûte de Gaston Révolte Tradition Premier Cru, o champanhe francês “da casa” dos fine dining do grupo Plateform (Alma, Brilhante, Sala de Corte). A acidez e salinidade da casta Pinot-Meunier acompanha seis ostras, duas de cada nação: com molho mignonette (chalota, vinagre de vinho tinto e pimenta), puré de maçã e wasabi e chutney de cebola roxa. Por esta ordem, fizemos duas rondas e aprovámos este mergulho no mar.
Na continuação da sala principal, a Terrazza é uma lufada de refresco, como uma mimosa saboreada ao lanche. Este quarto restaurante do The Ivens Hotel ganhou 50 lugares e beleza a rodos com as mesas e cadeiras em ferro “verde alegre”, mobiliário de jardim a remeter para os pátios da costa amalfitana, em Itália, os recantos forrados por azulejos, o bar com bancos altos ao balcão.
A elegância é proporcional aos sabores provados. Empate entre o tártaro de atum (€24) e o bucatini com burrata (€24). Já entre os pratos principais – robalo com risotto de amêijoa (€36), tagliatelle al funghi e tartufo servido na roda de queijo pecorino (€36) e lasanha al ragu (€26) –, houve unanimidade no peixe e no toque cítrico do arroz. Os clássicos continuam a ser dos preferidos dos clientes, como ossobuco com risotto de açafrão (€38), chateaubriand (€80, 500 g), bife Rossini (€40), lombo de novilho, foie gras, puré de batata trufado. No doce final com cheesecake (€16) e tiramisu (€14), rendemo-nos à teatralidade italiana preparada à nossa frente. Não se fica indiferente.
Rocco > Hotel The Ivens > R. Ivens, 14, Lisboa > T. 21 054 3168 > seg-dom 8h-1h