Há 11 anos, a 6 de março, abriu em Évora o Dom Joaquim, que logo justificou o seu título honorífico com o bom ambiente e a excelência da cozinha, baseada quer em pratos típicos regionais a que o chefe dá, quase sempre, um toque pessoal, quer em outros criados por ele. Com os anos, alguns melhoramentos vieram trazer ao restaurante um ar “mais arranjadinho”, como diz o chefe e dono, Joaquim de Almeida, mas o conceito é o mesmo, e o sucesso também, de tal modo que abriu recentemente outro, mesmo em frente (o Dona Laura – Vinhos & Petiscos). Está bem localizado, em pleno centro histórico, junto da muralha, e tem uma sala ampla e confortável com registo de tradição e traços de modernidade.
A ementa bem estruturada apresenta oito entradas frias e o mesmo número de quentes, além do cesto do pão e das azeitonas, merecendo destaque os queijos de ovelha amanteigados ou secos (de Évora), os torresmos do rissol, os ovos mexidos com espargos verdes ou com farinheira, os cogumelos salteados com linguiça ou com presunto, as gambas fritas com alho e o camarão gigante grelhado. Dependendo da época e do mercado, podem ser sugeridas outras entradas que não constam da lista, mas igualmente apelativas. Nos pratos principais – seis a oito de peixe, outros tantos de carne e dois vegetarianos –, há tradição e também inovação: a sopa de cação leva espargos verdes picados que lhe dão um toque vegetal refrescante; a massinha de peixe com camarão é muito suave; a espetada de lulas com tamboril fresco e camarão tem a delicadeza das coisas naturais e simples; o polvo e o bacalhau, ambos no forno, apresentam texturas e sabores cativantes; a sargalheta de perdiz-brava tostada no forno é uma sopa (para duas pessoas) merecedora de mais atenção, por ser pouco pedida, mas deliciosa; o borrego assado no forno com azeite, alho, louro e alecrim cheira e sabe bem; a bochecha de porco assada em vinho tinto acompanhada por castanhas e puré de maçã desfaz-se na boca; o arroz de lebre malandrinho e a feijoada de lebre são intensos e gulosos. Os restantes pratos são igualmente bem-feitos, saborosos, dignos de apreço, porque a cozinha tem indiscutível qualidade. Boa doçaria tradicional e conventual. Excelente garrafeira centrada no Alentejo com vários vinhos, Serviço profissional, ou seja, eficiente e simpático.
Dom Joaquim > R. dos Penedos, 6, Évora > T. 266 731 105 / 93 809 2121 > ter-sab 12h-15h, 19h-22h45, dom 12h-15h > €25 (preço médio)