Na Taberna a Preciosa, a comida é baseada no conceito de petiscos e no sistema de rodízio, para o mínimo de duas e o máximo de 12 pessoas
Mario Joao
A morada oficial da Taberna a Preciosa é a Rua do Lumiar, mas a entrada faz-se pelo outro lado, por ser o mais visível e dar para um parque de estacionamento praticamente privativo, junto de um “stand” de automóveis, onde termina a Avenida Padre Cruz e começa a Calçada de Carriche. Abriu há seis anos, noutro prédio da mesma rua, e mudou há três para ali, onde havia um funileiro e uma sapataria, restos do passado que, ao contrário dos petiscos, não resistiram ao tempo. Após a remodelação e as subsequentes melhorias ganhou a forma atual: duas salas paralelas e alegres com vidraças, madeiras, toalhas coloridas e ambiente descontraído. Simples, prático e agradável.
Também é assim a comida, baseada no conceito de petiscos e no sistema de rodízio, para o mínimo de duas e o máximo de 12 pessoas. São 190 variedades, incluindo tudo o que há de mais caraterístico, ou quase, na tradição petisqueira portuguesa, e criações do chefe. Pode ser normal, com montagem da casa (18,50), ou escolhido, com opções do cliente (€ 24), e é servido em duas fases: primeiro os frios, depois os quentes, até que o cliente diga “basta” ou que se esgote a lista de 190 iguarias, caso ele aguente.
O sistema impõe regras que alguns clientes contestam, como as de não servir sem estarem todos à mesa e a de apenas respeitar as reservas de quem for pontual (não havendo justificação, tolerância de cinco a dez minutos).
Os petiscos são bem feitos e bem apresentados, apetecíveis, saborosos, além de variados, como é evidente. Fora do rodízio, podem ser pedidos à dose, dando igualmente uma boa refeição, ou, querendo esta mais formal, passam a entrada, a que se seguem prato de peixe ou de carne. Exemplos de boa comida, nos petiscos, são os peixinhos da horta, as lascas de batata, o salmão braseado, o carpaccio de vitela, o escabeche de perdiz e o queijo panado com doce de abóbora; nos pratos principais, os filetes de garoupa ou de peixe-galo (com dois bons arrozes a acompanhar), as moquecas de peixe e de camarão, o coração de alcatra (grelhado ou frito, com vários molhos), muito macio e suculento, os folhados (de camarão, de salmão, de pato e de perdiz) e os risotos (vegetariano, de camarão, de vieiras e de pato).
Tudo bem confecionado, tudo cheio de sabor, tudo ao gosto português. Doçaria diversificada e apelativa, como demonstram o crocante de limoncello e o duo de maçã. Garrafeira interessante, pena que só os vinhos da seleção da casa sejam a copo. Serviço profissional.
Taberna a Preciosa > R. do Lumiar, 39, Lisboa > T. 21 757 1701 > ter-sáb 12h-23h, dom 12h-15h > €22,50 (preço médio)