Ramen vegetariano
Mário João
Entra-se no Koppu, o mais recente restaurante japonês de Lisboa, e é impossível não reparar que os trinta lugares disponíveis estão todos reservados para os jantares de sexta à noite – os pauzinhos pretos e as grandes colheres da mesma cor esperam pelos clientes. A arquiteta Susana Borges, agora também dona deste restaurante muito perto do Príncipe Real, não esconde a satisfação por os lisboetas (e muitos japoneses) terem aderido tão bem à sua empreitada, que começou há um ano.
Atirou-se à tarefa de investigar a cultura japonesa e de descobrir comida para lá do sushi e do sashimi. Foi parar aos ramens, sopas de caldo, massa, legumes, ovos e, na maioria dos casos, com carne. E acabou em Londres, onde os restaurantes deste tipo estão na berra, a fazer uma formação com uma cozinheira japonesa. Serviu-lhe isso para passar informação a Hugo Leandro, que é quem está, todos os dias, de volta dos tachos. Note-se que estas preparações exigem que se comece a trabalhar com muitas horas de antecedência para disponibilizar os quatro ramen (porco, galinha, miso e vegetariano, entre os €10,50 e os €12) e as três massas que existem na curta carta do Koppu (uma palavra japonesa deixada por lá pelos portugueses, que quer dizer isso mesmo que a sua sonoridade sugere).
Nas entradas, há as saladas inspiradas na gastronomia nipónica tradicional (uma de algas e outra de espinafres salteados em soja). As três versões de gyozas (camarão, porco e vegetais, e galinha e vegetais) são ali confecionadas, aliás como o gwa bao, um pão cozido a vapor que leva dentro porco ou galinha. “Só não conseguimos ter massas frescas, mas estamos a trabalhar nisso”, assegura Susana, enquanto nos dá a provar a versão vegetariana do ramen, que acaba de ser fotografada para estas páginas. Estamos num cantinho privado do restaurante, disponível para seis a sete pessoas, num ambiente especial, por entre almofadas em tons de preto, cinzento e amarelo mostarda e deliciamo-nos com o conduto da enorme taça preta que pousa na mesa de mármore. Não é só o fumegar do caldo nem as sementes de sésamo que nos convidam imediatamente para esta sopa, mas o ovo cozido a baixa temperatura, com a gema no ponto ideal. E mais não dizemos, porque o que se passa no privado, fica no privado.
São três as versões de gyozas: camarão, porco e vegetais, e galinha e vegetais
Mário João
Koppu > R. Gustavo de Matos Sequeira, 30, Lisboa > T. 21 390 0043 > ter-qui 19h-24h, sex-sáb 19h-1h