Um novo estudo científico concluiu que pessoas que adormecem mais tarde correm um risco 19% maior de virem a desenvolver diabetes tipo 2.
Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano (NIH), o seu objetivo era compreender a relação que existe entre a predisposição natural que cada indivíduo mostra para sentir picos de energia – denominada de cronotipo – e o risco de desenvolver a doença. Sendo o cronotipo parcialmente determinado pela genética, a investigação mostrou que certos tipos de hábitos podem ser difíceis de alterar.
Ao todo, foram cruzados dados de mais de sessenta e três mil enfermeiras – envolvidas num outro grande estudo, o Nurses’ Health Study II – relativos a fatores como a qualidade da alimentação, o índice de massa corporal (IMC), a duração do sono e hábitos de consumo de álcool e de tabaco.
Os investigadores também tiveram em consideração a autoavaliação de cada participante, ou seja, se as voluntárias se consideravam pessoas notívagas ou matutinas (que acordam mais cedo), e perceberam que cerca de uma em nove participantes afirmava ter uma predisposição para picos de energia noturnos, enquanto que pouco mais de um terço referiram sentir mais energia de manhã.
A equipa concluiu, depois, que pessoas com um cronotipo noturno têm uma maior probabilidade de ter padrões de sono irregulares e, por conseguinte, correm um risco maior de desenvolver diabetes e doenças cardíacas. “Quando controlámos os comportamentos de estilo de vida pouco saudáveis, a forte associação entre o cronotipo e o risco de diabetes foi reduzida, mas ainda se manteve, o que significa que fatores como o estilo de vida explicam uma proporção notável desta associação”, explica um dos autores do estudo, Sina Kianersi.
As pessoas com predisposição para picos de energia noturnos mostraram-se também como os mais prováveis a demonstrar comportamentos como excesso de álcool, má alimentação, menos horas de sono, tabagismo e excesso de peso, referem ainda os autores da investigação-
“Se formos capazes de determinar uma ligação causal entre o cronotipo e a diabetes ou outras doenças, os médicos poderão adaptar melhor as estratégias de prevenção para os seus doentes”, acrescenta Kianersi.
A equipa norte-americana planeia agora investigar as determinantes genéticas do cronotipo e a sua influência em doenças cardíacas e diabetes.