A militância no Chega foi a menor das preocupações do cabo Paulo S., GNR do Comando Territorial de Évora, enquanto militar no ativo. “Sabia que havia uma incompatibilidade, mas nunca me chatearam por causa disso. Os meus problemas foram outros”, reage, ao telefone, a partir de Estremoz. Filiou-se no partido, em 2020, meses após a primeira eleição de André Ventura para o Parlamento, e nem sequer foi discreto. “O Chega é aquilo que nós falamos no café. É a verdade pura e crua”, comentou ao Expresso, em abril daquele ano, após participar num jantar público do partido, no mês anterior.
Paulo S. está, há meses, em baixa médica e suspenso de funções, revela. Diz-se perseguido por colegas e civis daquela região alentejana. “Há queixas organizadas contra mim, tantas que já nem sei. Dizem que sou violento, agressivo. O diabo! Já perdi a conta aos processos disciplinares e judiciais. É injusto, mas não me vergo”, assume, sem se deter: “Sou um revoltado. Nunca serei cão de trela desta gente!”
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