Não é bom, nem mau, mas é triste: Elon Musk tem uma fortuna pessoal (Pessoal!) maior do que o PIB de Portugal. Ele possui 300 mil milhões (ou “biliões” na terminologia americana), enquanto nós lutamos para chegar aos 290 mil milhões. Se fosse apenas Musk, até passava, mas Bezos e Zuckerberg também estão na corrida para nos ultrapassar.
Não se trata de inveja nem de injustiça. Musk trabalhou para isso e continua a fazê-lo; agora, deu um salto que valorizou ainda mais todas as suas empresas, com a vitória de Trump. No entanto, nós somos dez milhões de pessoas, e ele é só um – mais onze filhos. A desproporção é gigantesca. Claro que todos sabemos que haverá outros bilionários não contabilizados, ou cuja fortuna esmaga o nosso PIB, como Putin, por exemplo, mas isso não adianta nada.
A nossa riqueza anual é construída com o sector dos serviços, em que sobressai o turismo, a indústria (pouca e sempre sujeita a importações), o consumo interno, tanto público como privado, e mais umas quantas pequenas contribuições. A riqueza de Musk está em grandes ideias e milhões de ações. O problema não é dele, nem dos outros. Portugal é que continua pobre na Europa, ou mediano no mundo, o que não acrescenta valor, nem poder ou capacidade.
Um PIB de 287,1 mil milhões de dólares (para efeitos de comparação) é desanimador. Se Musk viesse para cá, com os seus 300 mil milhões, mais a família atual e a futura, e investisse à grande, Portugal seria outro. Mais lunático, sim, mas com dez milhões de portugueses mais contentes e descansados.
(Adenda Tardia: Musk, em boa verdade, até poderia comprar Portugal. Ou uma dúzia de países. Em pacote sai mais barato. Será?)
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