Há um novo partido político em Portugal: a Iniciativa Libertária. Era liberal, mas passou a anarquista. Até monta barraquinhas para tiro ao alvo a políticos. Que giro. Num lapso de tempo, infinitésimo, a mutação da IL acha que a pandemia é uma invenção, organiza festas populares, e pede, no Parlamento, que a cannabis seja legalizada, para fins recreativos. Assim mesmo. Este é o programa político, e sendo um bom movimento libertário, fiel à doutrina, a liberdade é absoluta, e está acima de tudo.
Estranha viragem. 180 graus políticos. Do Sol para a parte oculta da Lua. A Iniciativa Liberal, como qualquer partido desta área, deveria ser defensora de um Estado mínimo, mas forte, quando tem de ser, pregar o mercado totalmente livre, exigir um grande respeito pelos direitos individuais, ser secular (nada de Santos!) e proteger todas as liberdades que fundam a democracia. Isto se fosse liberal. Afinal não é. Está noutro ramo de atividade.
Em menos de uma semana, o novo partido defendeu o uso da cannabis para fins recreativos, com direito a debate parlamentar, desligando-se da realidade e da crise que vivemos coletivamente. O que é que interessa, agora, neste momento, ter um Parlamento a discutir e a perder tempo com a marijuana?
E depois, para esticar a corda, e à conta do direito democrático de manifestação política, a IL (a iniciativa que era liberal, mas que agora é anarquista) orgulha-se de ter promovido um arraial lisboeta, com centenas de pessoas, sem nenhuma medida cautelar, não respeitando a DGS, muito menos os outros lisboetas.
Infelizmente, para eles, só cometeram um erro. Crasso. Grosseiro. Tosco. De principiante. A barraquinha dos tiros só tinha um alvo: a própria Iniciativa Liberal.