Porto, 25 Mar (Lusa) – Mais de 1.200 pequenas e médias empresas de vários sectores assinaram hoje, no Porto, contratos com o Estado para apoio à internacionalização no valor de 41 milhões de euros, metade dos quais comparticipados pelo QREN.
Falando durante a sessão de assinatura dos contratos, o gestor do Programa Operacional Factores de Competitividade (POFC), Nelson Souza adiantou que os 41 milhões de euros a investir na promoção externa destas empresas (com comparticipação de 19 milhões de euros do Quadro de Referência Estratégica Nacional) deverão traduzir-se, “em 2011, num acréscimo das exportações de mais de 880 milhões de euros”.
“Por cada euro investido em promoção esperamos obter uma rentabilidade de 22 euros de acréscimo das exportações a partir de 2011″, afirmou Nelson Souza, acrescentando que tal significa uma taxa média de 7 por cento de crescimento das exportações nas empresas participantes”.
As empresas que hoje assinaram os contratos de investimento, através das associações empresariais a que pertencem dos sectores da moda (têxtil e vestuário), casa (mobiliário e materiais de construção), alimentar (vinhos e azeite) e máquinas (equipamentos e moldes), para além de outras unidades na área das tecnologias de informação, farmacêutica e hotelaria e restauração.
Conforme salientou Nelson Souza, “48 por cento das empresas participantes têm como objectivo entrar em novos mercados”.
Na sua intervenção na cerimónia, o ministro da Economia, Manuel Pinho, destacou que, no momento actual, “a prioridade é que estes apoios cheguem rapidamente às empresas”.
Já o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) apontou o aumento das exportações como a solução para a situação de elevado endividamento externo do país, que se assume actualmente como um “problema grave”.
“A AEP tem vindo a pugnar fortemente pela derivação das nossas exportações para outras regiões fora da Zona Euro”, afirmou José António Barros, admitindo que tal levanta dificuldades acrescidas para as empresas, mas afirmando o “total apoio” das associações empresariais para as assessorar.
Relativamente à nova linha de seguros de crédito lançada pelo Governo, orçada em 1.000 milhões de euros e que prevê que o Estado cubra 60 por cento do seguro de crédito das empresas exportadoras a quem as seguradoras retiraram as coberturas, quer o ministro da Economia, quer José António Barros defenderam que será suficiente para cobrir as necessidades.
Na terça-feira, o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, havia alertado que a verba disponibilizada rapidamente se esgotará se as seguradoras continuarem a não conceder crédito aos empresários.
“Só o sector têxtil e do calçado exportam mais de 5.000 milhões de euros”, afirmou o dirigente empresarial à agência Lusa, admitindo que poderá ser necessário “duplicar ou triplicar” a verba prevista.
O ministro da Economia garantiu hoje, contudo, que “não há risco de insuficiência de fundos no seguro de crédito”, admitindo que, se necessário, se aumente a verba disponível “porque com os seguros de crédito não se pode brincar”.
José António Barros argumentou, por sua vez, que os 1.000 milhões de euros da nova linha estarão “em ‘roll over’ permanente”, já que os seguros de crédito têm uma maturidade relativamente curta.
“Este dinheiro é absolutamente suficiente”, considerou.
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