Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
Formulo a minha ideia sob a forma de desejo: desejo que todas as pessoas que trabalham em empresas possam fazê-lo numa cultura que as coloca no centro. Passamos muito tempo da nossa vida a dar contributo à sociedade sob a forma de trabalho. Poder fazê-lo numa cultura que é positiva, construtiva, que nos faz crescer enquanto pessoas, é a melhor forma de realizar esta faceta da nossa vida. Somos um conjunto de coisas, as nossas habilidades, as nossas capacidades, o nosso conhecimento, mas também somos as nossas fragilidades, e poder estar num sítio que nos reconhece como um todo, que nos dá espaço para sermos profissionais e todas as outras coisas que queremos ser, é algo que nos faz ser gratos e nos faz contribuir para esta área da sociedade – que é trazermos valor através do trabalho.
Não é certamente a única coisa que faz com que uma empresa possa funcionar bem, mas, não existindo uma cultura positiva centrada em valores, o resto também não fará muita diferença. Para implementarmos uma cultura destas, faz sentido pensarmos se isto é will [vontade] ou se é skill [competência]? Ou seja: é algo em que podemos fazer uma escolha ou é algo em que temos de trabalhar do ponto de vista da formação? Ambas, embora comece por ser uma escolha e uma decisão (de todos, mas sobretudo dos líderes). Depois, pelo caminho, vamos aprendendo. Não fazemos tudo certo e vamos precisar do apoio uns dos outros, mas pode começar por ser uma escolha que, depois, trabalhamos com mais formação.
Além disso, também é preciso perguntar: isto é grátis ou implica muito investimento? Fazer a escolha de tratar bem as pessoas é absolutamente grátis e traz muito retorno. Não encontro uma forma mais harmoniosa de fomentar a produtividade do País a não ser dedicar a energia das pessoas àquilo que realmente interessa. Se estamos numa cultura positiva, construtiva, que aposta no crescimento, significa que não vamos gastar energia em coisas como: “Vou ter uma reunião com uma pessoa que tem um feitio complicado”; “Vou estar num projeto com um colega que levanta mais obstáculos do que dá a mão”. A nossa energia deve estar direcionada para aquilo que traz mais retorno e, além disso, desta maneira, andamos mais bem-dispostos. Em suma: acho muito interessante que seja grátis, que seja uma escolha, que dê mais resultados. E acho ainda mais interessante que faça as pessoas felizes.