Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
Vivemos uma fase de grandes desafios mundiais na área do oceano e Portugal deve posicionar-se como líder ligado aos recursos sustentáveis, sejam eles do vento ou dos biorrecursos, e este é o momento para o fazer. É este o pano de fundo traçado por Assunção Cristas, professora da Nova School of Law e coordenadora do mestrado de Economia do Mar, e também Of Cousel da VdA, responsável pela área de Ambiente e pela Plataforma de Serviços Integrados ESG.
A sua ideia é “transformar as áreas de eólicas offshore em âncoras de desenvolvimento da economia sustentável do mar, para tornar Portugal líder nesta área”.
“Portugal prepara-se para lançar concessões para áreas de desenvolvimento de energias offshore, nomeadamente eólicas, e estas áreas, que têm uma grande ambição de 10 gigawatts, podem ser muito mais do que isso – podem ser âncoras no mar de agregação de múltiplos usos e de transformação de Portugal num país líder da economia azul e da economia sustentável do mar”, explica.
Que usos podem ser estes? “Aquacultura de águas e bivalves; recuperação de ecossistemas no fundo do mar como as pradarias marinhas, ecossistemas que têm o benefício de sequestrar carbono; observação e sensorização para recolha de dados, que permite fazer opções mais inteligentes”, enumera. Assunção Cristas não tem dúvidas: “Estamos a dar um grande contributo se olharmos para estas áreas não apenas como áreas para energias, mas também juntando uma multiplicidade de usos que podem florescer em conjunto e agregar valor e ganhar escala e sinergias, beneficiar da legislação que já privilegia uma utilização mútua de espaço, que tem debaixo uma coluna de água e um solo marinho com enorme potencial para desenvolver muitas atividades sustentáveis do mar.” Tudo isto permitirá criar “muito e bom emprego”.