Dois autores, Mona Awad e Paul Tremblay, estão a processar a OpenAI, acusando a empresa de ter ‘alimentado’ os treinos do ChatGPT com as suas obras. A queixa deu entrada num tribunal de São Francisco na semana passada e os autores acusam a empresa OpenAI de ter violado a sua propriedade intelectual.
Os escritores explicam que o bot foi capaz de gerar “sumários muito exatos” dos seus livros, o que evidencia que a OpenAI os “ingeriu” no sistema e os “usou para treinos”. Os queixosos apresentaram amostras destes resumos produzidos pela máquina como provas para sustentar a acusação, explica o The Guardian.
O processo judicial é o primeiro do género contra o ChatGPT e deve explorar a incerteza das “fronteiras da legalidade” do espaço da Inteligência Artificial generativa, afirma Andres Guadamuz, especialista em propriedade intelectual da Universidade de Sussex. Os advogados dos queixosos defendem que os livros são ideais para treinar modelos de linguagem porque tendem a conter “prosa de elevada qualidade, bem editada e de forma longa”, constituindo “o padrão-ouro do armazenamento de ideias para a nossa espécie”.
A queixa continua acusando a OpenAI de obter lucros “injustamente” provenientes de “ideias e escrita roubados”, pedindo indemnizações para todos os autores que possam ter sido prejudicados por estes métodos.
Os advogados salientam ainda que a OpenAI se tem tornado cada vez mais secreta sobre os dados usados para treinar os algoritmos, desconfiando que os repositórios podem passar por centenas de milhares de livros descarregados de bibliotecas online como a Library Genesis ou a Z-Library.