Os cofundadores da OpenAI – Sam Altman, Greg Brockman e Ilya Sutskever – assinaram uma publicação no blogue da empresa na qual avisam que o segmento da IA vai desenvolver-se de forma tão rápida que as autoridades atuais não vão conseguir acompanhar o ritmo. Estes responsáveis sugerem a criação de um organismo que tutele o setor, à semelhança do que a Agência Internacional para a Energia Atómica faz no setor nuclear.
“Precisamos de algum nível de coordenação entre os líderes de desenvolvimento para assegurar que a criação de superinteligências acontece de uma forma que nos permita manter a segurança e ajude na integração destes sistemas com a sociedade. (…) Qualquer esforço acima de certo nível (ou recursos como a computação) vai precisar de ser sujeito a uma autoridade internacional que inspecione sistemas, requeira auditorias, teste o cumprimento de padrões de segurança, coloque restrições às fases de desenvolvimento e níveis de segurança, etc”, cita o TechCrunch.
Os três especialistas apontam como exemplo a Agência Internacional para Energia Atómica, um organismo oficial das Nações Unidas para regulamentar a colaboração internacional em assuntos da energia nuclear.
A proposta reconhece que é difícil dizer em que é que pode e não pode ser usada a IA, mas sugere que monitorizar os recursos usados (poder de computação, de energia, etc) possa ser uma forma mensurável de avaliar o uso que se pode dar às soluções inteligentes.
Também Timnit Gebru, especialista em IA e uma voz crítica sobre o ritmo acelerado do desenvolvimento desta tecnologia, sugeriu em entrevista ao The Guardian que “a não ser que exista pressão externa para fazer algo diferente, as empresas não vão simplesmente autorregular-se. Precisamos de regulação e precisamos de fazer algo que é melhor do que apenas a motivação financeira”.
Nesta fase, muitas vozes reconhecem a necessidade de haver mais regulação, mas faltam ações concretas para lá das palavras. No entanto, a empresa mais ativa no setor estar a vocalizar a preocupação com este tema, não deixa de ser um sinal encorajador.