Os indicadores da Counterpoint Research não são animadores e mostram que o segmento dos smartphones mantém a tendência de quebra que tinha vindo a registar nos últimos tempos. No primeiro trimestre deste ano houve uma quebra de 14% face a igual período do ano passado (7% menos que no último trimestre de 2022) para os 280,2 milhões de unidades colocadas no mercado.
Em termos de marcas, a Samsung substituiu a Apple como fabricante mais ativo, devido ao lançamento dos novos equipamentos de gama média A Series e os novos S23. No entanto, a Apple registou a menor quebra entre os fabricantes, o que a levou a ter a maior fatia de mercado de sempre, nos 21%.
Harmeet Singh Walia, analista senior da consultora, explica que houve uma redução da confiança dos consumidores face ao mercado volátil e agitado e que “o mercado foi afetado por algumas grandes marcas a fornecerem menos novos equipamentos, num mercado a lidar com as dificuldades de grandes inventários e com os consumidores a escolherem renovar com menos frequência”.
As receitas e lucros operacionais neste segmento também caíram, embora a Apple tenha conseguido um declínio menos acentuado que o esperado, o que lhe permitiu captar quase metade das receitas. A marca de Cupertino e a Samsung conseguiram captar em conjunto 96% dos lucros operacionais dos smartphones.
Jeff Fieldhack, diretor de investigação da Counterpoint, explica que a Apple apresenta um desempenho superior no mercado devido a ter um ecossistema que atrai os consumidores e torna mais difícil que queiram sair, a ter capturado quase metade do mercado secundário, onde os utilizadores preferem gastar um pouco mais para ter um equipamento que dure mais e por ser a marca preferida da Gen Z no Ocidente.
As previsões apontam para tempos difíceis para os fabricantes ainda durante os próximos trimestres: “os problemas persistentes a afetar o mercado dos smartphones não devem desaparecer nos próximos tempos”, vaticina Tarun Pathak, também na direção da Counterpoint Research.