Diz o Fórum Económico Mundial, dizem as consultoras de Recursos Humanos e até já diz a expressão: “os dados são o novo petróleo.” A cada segundo são gerados mil biliões de bytes – dados que só têm valor se forem tratados e analisados. Para responder às solicitações do mercado, a NOVA IMS, a escola de Gestão de Informação e Ciência de Dados da Universidade Nova de Lisboa, inicia este ano letivo uma licenciatura em Ciência de Dados. Com 40 vagas disponíveis, o curso deverá “atrair bons alunos, com médias elevadas”, prevê o ‘dean’ da escola, Pedro Saraiva. Para o responsável, este é o vértice que faltava para completar o “triângulo mágico” do qual fazem parte também as licenciaturas em Gestão da Informação e Sistemas e Tecnologia de Informação.
De acordo com o relatório European Strategy for Data, existe atualmente um défice de um milhão de especialistas e até 2025 a Europa apenas conseguirá suprir 50% das suas necessidades. “Não faltam dados. Mas é preciso convertê-los em valor”, sublinha Pedro Saraiva. “A Covid veio acelerar o processo [de transformação digital] e mostrar que com o uso adequado dos dados podemos salvar vidas. É uma importância que vai além dos euros”, nota.
O novo curso Ciência de Dados está direcionado para o uso e desenvolvimento de ferramentas de Inteligência Artificial num ambiente de Big Data e Pedro Saraiva está a contar receber bons candidatos portugueses, mas também internacionais, como vem acontecendo nos últimos anos. Alemanha, Brasil e Médio Oriente são alguns dos países de origem dos alunos da NOVA. A componente da ética e da deontologia também serão um ponto importante na formação.
À semelhança do que se passa na Universidade do Porto (UP), que lançou a licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, como resultado de uma parceria entre a Faculdade de Ciências e a de Engenharia. Uma evolução “natural”, classifica Alípio Jorge, responsável pelo de Departamento de Ciências Computacionais, depois do reconhecimento obtido com o mestrado nesta área.
Para a Harvard Business Review esta profissão, que permite “obter um tesouro a partir de dados confusos e desestruturados”, é a “mais sexy do século XXI”.