A Agência de Inovação (ANI) acaba de anunciar quatro ideias de negócio geradas em ambiente universitário para o programa de aceleração BfK Rise. As quatro ideias de negócio foram escolhidas entre 30 candidaturas para quatro categorias temáticas. Nos quatro projetos selecionados figuram uma tenda biónica, um projeto de reaproveitamento do desperdício alimentar, um potencial tratamento para doenças artríticas e uma plataforma que procura conciliar estudo, trabalho e lazer.
Estes quatro projetos não deverão fechar o lote de ideias que passam pelos programas de aceleração BfK Rise: «Além destes, outros projetos poderão candidatar-se até 15 de novembro. Estão previstas três edições – Norte, Centro e Alentejo – em que os participantes terão ao longo de três meses o acompanhamento próximo de uma rede de mentores, constituída por outros empreendedores, entidades parceiras da ANI, empresas, entre outros. O objetivo é capacitá-los de forma a poderem acelerar o processo de transferência de conhecimento em produtos ou serviços para o mercado», refere a ANI em comunicado.
O projeto Nautilus, desenhado na Universidade de Évora, ganhou a categoria “Materiais e Tecnologias Avançadas de Produção”, com uma tenda biónica destinada a refugiados, mas que também poderá ser vendida ao público em geral. O projeto é de Inês Secca Ruivo e Cátia Bailão Silva: «Além de ser um abrigo facilmente transportável, incorpora um tecido com propriedades hidrofílidas e hidrofóbicas, que permite a recolha, recuperação e conversão da humidade ambiental em água limpa e segura para ingestão, bem como seu armazenamento e transporte. Com um design atrativo, a tenda, para uma ou duas pessoas, é facilmente montada e desmontada, e, graças às suas alças ergonómicas, é perfeitamente transportável de forma confortável nas deslocações», refere o comunicado da ANI.
A categoria “Saúde e Bem-Estar” teve como projeto ProtexAging como vencedor. O projeto desenvolvido pela Universidade de Coimbra tem por objetivo tratar a Osteoartrose e outras doenças artríticas, que afetam mais de 90 milhões de pessoas e geram gastos avultados em cuidados de saúde. «Muito incapacitante, o seu desenvolvimento pode ser travado por um composto natural encontrado por uma equipa de alunos e docentes/investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. O PXA4 ativa o mecanismo celular que trava a evolução dos danos causados pela idade. Propriedades que os mentores já testaram in vitro com bons resultados. Atualmente estão a ser desenvolvidos os estudos pré-clínicos de segurança e eficácia e em várias aplicações. O próximo passo serão os testes em modelo animal», explica o comunicado da ANI.
O AgroGrin TECH ganhou a categoria “Recursos Naturais, Ambiente e Alterações Climáticas”. O projeto tem em vista o reaproveitamento de derivados da indústria alimentar. «A equipa de investigação da Universidade Católica Portuguesa do Porto (Escola Superior de Biotecnologia) está atualmente focada na indústria da fruta, mas futuramente, a tecnologia, já patenteada, pode ser aplicada a outras áreas do setor alimentar. Existe já um trabalho desenvolvido na empresa Nuvifruits, que gera todos os anos 385 toneladas de desperdício. A transformação de casca de ananás em produtos como enzimas ou farinhas, que podem depois ser vendidos ao setor da produção da carne e a outros, permitiria à empresa, um retorno de um milhão de euros», refere um comunicado da ANI.
Por fim, destaque para o projeto selecionado na categoria “Turismo, Indústrias Culturais e Criativas”: dá pelo nome de BackBone, foi desenvolvido na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, e tem por objetivo fomentar a aprendizagem de competências sociais entre jovens dos 15 aos 30 anos «Conciliar bem-estar e ocupação profissional é um dos objetivos da BackBone que acredita existir atualmente uma sobrevalorização das hard skills, que nos conduzem a mundo cada vez mais competitivo e sem espaço (e tempo) para o desenvolvimento pessoal», refere o comunicado da ANI.