Mais do que uma questão de marcas, a parceria hoje divulgada pela Reuters, assume contornos de rivalidade entre dois países: nos anos 80 e 90, a indústria japonesa ajudou a pôr um televisor em cada casa (e na Europa e nos EUA em cada divisão de uma casa), e beneficiou diretamente desse sucesso de escala global.
A atualidade apresenta um cenário bastante diferente: LG e Samsung têm vindo a elevar a fasquia da concorrência, conseguindo nalguns casos liderar no lançamento das principais novidades. Com o preço do Iene a subir (o que limita as exportações), as maiores marcas japonesas estão a registar um retrocesso nas vendas e nas margens de lucro.
Os números são reveladores: em março, a soma dos prejuízos anuais Sony, Panasonic e Sharp de 20 mil milhões de dólares em março – e as perspetivas de venda de televisores OLED pode ser a escapatória a esta tendência menos animadora.
De acordo com a estimativas da IHS, em 2015 deverão ser vendidos mais de 2,1 milhões de televisores OLED no mundo. O número supera largamente os 34 mil televisores que deverão ser vendidos até ao final de 2012.
A possível parceria entre Panasonic e Sony poderia trazer de volta ao Japão a liderança do fabrico de televisores – não só no que toca às tecnologias mais avançadas, mas também às dimensões dos ecrãs. É que rezam as crónicas dos observadores, os responsáveis das empresas nipónicas ainda não digeriram bem o facto de não terem ainda conseguido fabricar ecrãs OLED tão grandes quanto os das marcas sul-coreanas.