A CAC (Cyberspace Administration of China) revelou ter apagado 67 mil contas de redes sociais e apagado centenas de milhares de posts como parte de uma campanha de “retificação”. O regulador justifica a eliminação alegando desinformação, obtenção ilegal de lucros e que as contas “se faziam passar por entidades oficiais estatais”.
A atuação das autoridades, iniciada em 2021, incidiu já sobre biliões de perfis e publicações em redes como WeChat, Douyin e Weibo, na categoria de ‘self media’, que descreve contas que publicam informações e notícias, mas que não são oficiais ou aprovadas. Recorde-se que a prisão e censura destes utilizadores é frequente, quer pela polícia, quer pelos militares, quando a informação não é aprovada pelo Partido Comunista.
Das 67 mil contas apagadas, oito mil foram acusadas de “espalhar notícias falsas, rumores e informação danosa”. Outras 930 mil contas receberam sanções mais ‘leves’, como remoção de todos os seguidores ou suspensão ou cancelamento dos privilégios de gerar lucros.
Nesta campanha, mais de 13 mil contas foram suspensas por fazerem-se passar por perfis de instituições militares, com nomes como Comando do Exército Vermelho Chinês, Força Anti-Terrorista Chinesa e Força Estratégica de Mísseis. Outras 25 mil contas faziam-se passar por instituições públicas, como centros de prevenção de doenças ou institutos estatais de investigação.
A Reuters explica ainda que 187 mil contas fingiam ser de organismos de comunicação social, 430 mil ofereciam serviços alegadamente profissionais ou educativos.
O regulador atuou de forma “ativamente coordenada com a segurança pública, supervisão dos mercados e outros departamentos, para desferir um golpe pesado e retificar os ‘self-media’ ilegais” e pede ajuda aos cidadãos para cooperarem ativamente na monitorização deste tipo de conteúdos.
