Portugal é o próximo destino da francesa Fauchon, na sua mais recente aposta no mercado hoteleiro. A empresa – que é famosa pela venda de uma vasta gama de produtos de luxo, desde a alimentação até à moda – abriu o seu primeiro hotel em 2018, em França, o segundo em 2021, no Japão. Agora, pode ser a vez de Lisboa receber um hotel com o carimbo da Fauchon, mas a localização final ainda está em aberto.
“Escolhemos Portugal porque existe uma proximidade muito grande com a cultura francesa. O estatuto que Portugal na cena internacional do turismo…”, explica à EXAME, Jacques-Olivier Chauvin, CEO of Fauchon Hospitality, após a apresentação da parceria, que decorreu no Hotel Estrela, em Lisboa.
A junção com a Unlock Boutique Hotels, que esteve a ser negociada durante cerca de dois anos, será em regime de “franchise” pelo que a empresa portuguesa ficará responsável pela operação e pela distribuição. A Fauchon, de acordo com Jacques-Olivier Chauvin tem como prioridade “a marca e não a operação do serviço”. “É uma parceria muito importante”, adianta.
“A ideia será como temos feito no resto do mundo, através de um modelo de franchise. O acordo com a Unlock será de longa duração, o que significa que há aqui uma relação de confiança. No Japão, por exemplo, teremos a mesma companhia a operar durante 50 anos. O tempo e chave para nós”, diz o empresário francês.
Já Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels, explica à EXAME que “quando procuramos ativos como a Fauchon é tudo sobre a experiência. O valor do acordo será baseado em: negócio imobiliário, hospitalidade e gastronomia, com o bar e loja. Não será nunca só um sítio de dormir, as outras áreas terão muito valor”.
Quando criou a empresa, em 1886, Auguste Fauchon dificilmente pensaria que a histórica francesa se viria a transformar também numa unidade hoteleira em expansão por todo o mundo. A ideia original era a de levar os melhores produtos da Normandia à capital do país. No início vendia apenas frutas e legumes, mas rapidamente começou a alargar o negócio a outros produtos daquela região gaulesa. Em 1952, numa parceria com a transportadora aérea Air France começou a importar produtos exóticos, vindos de todo o mundo.
A Fauchon tem apostado nos últimos anos em alargar as áreas de negócio, tendo aberto mais lojas boutique, hotéis e em 2022, abriu a sua primeira escola de gastronomia que acolhe cerca de 800 alunos.
Localização ainda em estudo
Esta é ainda uma fase inicial do processo, uma vez que a localização e o tipo de hotel ainda estão a ser estudados. Caso seja um hotel de cidade, a escolha será fácil de fazer, mas há também a hipótese de se explorarem duas outras regiões portuguesas. Segundo a Fauchon, o hotel deverá estar pronto até 2027.
“Se estivermos a falar de um hotel citadino, Lisboa e Porto estão no topo das prioridades, mas temos outras opções, como por exemplo Évora, que seria muito interessante. E perto da cidade temos áreas como a Comporta ou a zona de Melides”, diz Miguel Velez.
Já o empresário francês admite que “o Douro é uma opção. Não é a única opção, mas é uma opção muito interessante porque é um destino reconhecido internacionalmente”. Quanto ao novo aeroporto, Jacques-Olivier Chauvin diz: “eu não sou nenhum ‘expert’ na matéria, mas o tempo que eu demorei desde aterrar até entrar no meu táxi demorou um quarto do tempo do meu voo (risos). Está tudo dito”.
A Unlock Boutique Hotels tem 21 unidades hoteleiras em Portugal, em 14 localizações diferentes, e anunciou também a adesão de mais 2 hotéis, que se juntam ao situado nos Jardins do Porto, inaugurado em novembro. A empresa fundada por Miguel Velez revelou ainda a entrada num novo segmento de hotéis de charme, com a abertura da rede a unidades até 20 quartos.
