A abertura do evento ficou a cargo de José Godinho Calado, pró-reitor da Universidade de Évora, que deu o mote para o debate de temas como o agronegócio sustentável, o papel da tecnologia e os desafios que se colocam a esta atividade, essencial para as economias e para a sociedade.
Para o pró-reitor, para além dos termos que integram a sigla ESG – Ambiente, Social e Governança – devem ser ainda consideradas outras duas palavras chave: Técnico e Económico – porque o setor da agricultura, defendeu José Godinho Calado, precisa de maior investimento financeiro e tecnológico, ao mesmo tempo que é necessário encontrar um equilíbrio entre a sustentabilidade e a agricultura – responsável por 12,4% da emissão de gases de efeito estufa, a nível nacional.
Apesar das legislações – nacionais e europeias – que possibilitam uma maior exploração de recursos, “nós [Portugal] somos muito rápidos a criar legislação e depois pouco rápidos a operacionalizá-la”. Na sua intervenção, Calado referiu-se às oportunidades de exploração natural que existem no território português, nomeadamente, no solo que, nas suas palavras, é um “reservatório de carbono”, mas que precisa de viabilidade económica.
Do mesmo modo, serão ainda necessários esforços de aplicação e de investimento em novas tecnologias que permitam trabalhar o setor de forma mais eficiente e precisa e, sobretudo, de formação para que os agricultores saibam como as aplicar. “A agricultura evoluiu com práticas agrícolas e mecanização, mas agora são as ferramentas digitais que permitem trabalhar os produtos de forma precisa e equilibrada. Ganho sustentabilidade, mas tenho de saber como o fazer”, explicou.
Esta foi a segunda conferência da terceira edição das ESG Talks – iniciativa promovida pelo novo banco, pela VISÃO e pela EXAME, em parceria com a PwC – que irá percorrer o País desde Sul até Norte. O palco foi o PACT – Parque do Alentejo de Ciência de Tecnologia.
Também Andrés Baltar, Chief Commercial Officer Corporate do novobanco, deu as boas-vindas aos presentes nesta edição ESG Talks, realçando a sua importância para o debate sobre a sustentabilidade, considerando-as uma forma de “partilha de conhecimentos, experiências e boas práticas no setor”.
Para Baltar, os desafios da sustentabilidade ainda são muitos e complexos, contudo “temos de encarar a nossa agricultura de uma forma inovadora” e “estabelecer conexão entre agricultores, investigadores, indústria, para trabalharmos o desenvolvimento de estratégias de produtividade agrícola nacional com foco na inovação e sustentabilidade”. E deixou a garantia de que a banca está disponível para apoiar esses projetos.