Que as formigas e as abelhas sejam a nossa inspiração: é essa uma das mensagens de Luísa Ferreira Nunes, investigadora da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco. “As empresas devem analisar como as formigas, as abelhas, as vespas e as térmitas se comportam e constroem as suas relações, que são constituídas em rede e não contam com um único líder nem têm uma hierarquia de comando. A rainha é só de nome. Mas obtêm resultados de sucesso que gostaríamos de obter nas nossas empresas.”
Esse sucesso acontece mesmo com a necessidade sempre presente de inovar, face aos desafios constantes, lembra. “A inovação acontece todos os dias numa colmeia, devido as perturbações diárias que vêm do exterior. Respondem de imediato, sem planos nem reuniões. Todos sabem o que é preciso fazer. É este o potencial inspirador da natureza como mentor para a sustentabilidade.”
A bióloga defende que a natureza nos pode indicar o caminho a seguir, e não apenas na forma de se organizar, mas também ao mostrar-nos soluções muito concretas para ultrapassarmos as barreiras. “Há uma transversalidade com o mundo natural. Para obtermos processos sustentáveis, temos de imitá-lo. O maior génio de soluções sustentáveis está muito perto de nós: é a natureza.” Luísa Ferreira Nunes deu alguns exemplos de soluções tecnológicas que se inspiraram na flora e na fauna, desde materiais que tentam replicar as características da pele de tubarão às pás das eólicas, baseadas nas barbatanas das baleias. “São processos biomiméticos para criar materiais resilientes e adaptativos. As soluções baseadas na natureza são sempre sustentáveis.”