Henrique Costa Santos

Produtor cultural

Henrique Costa Santos, gestor, produtor e programador cultural em organizações como Boom Festival, Fôlego, Festival Todos e FOLIO. Formado em Lisboa, Londres, Bruxelas e Florianópolis, viveu em quatro continentes em quatro anos. Criou a Safari Produções, que concilia as artes e uma vocação ambiental. Estudou jazz no Hot Clube e flauta transversal no Conservatório de Música de Cascais. Fez a quarta classe com a Professora Hermínia. É mestre em Gestão Cultural pelo ISCTE.

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Não é orgulho, é racismo

Se desconhece e despreza a História e a cultura portuguesas, se vê na crise da habitação o simples mercado a funcionar, se não se indigna com a usurpação dos espaços comuns para lucro privado, mas não suporta ver abrir mais uma “loja do indiano”, está feita a prova do algodão: isso não é orgulho, é racismo

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Mais vale esperar sentado

Na passada quarta-feira, um perigoso gangue de lisboetas instalou um banquinho de madeira numa paragem de autocarro. Na manhã seguinte, já não estava lá

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Sim. Vamos andar para trás

Autocrítica, reflexão, estratégia. Precisamos de tudo. Será que a working class se tem sentido defendida por quem brada a democracia e os direitos humanos?

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Preciso de férias

Precisamos todos de férias. Eu ainda posso ir. Eu ainda posso viver em Lisboa, sonhar e sentar-me em esplanadas. E portanto aqui vou, a sonhar com uma cidade diferente, em que há lugar e dignidade para todos

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Olivença é nóça!

Pastéis de nata à parte – e as nossas azeitonas, que são em tudo melhores que as espanholas -, conheço quem, no interior, não se importasse de ter sido anexado pelos nuestros hermanos

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República dos bananas

Elon Musk é figura de proa de uma ideologia de direita-radical que, mascarada de progresso, visa trazer de volta o absolutismo do séc. XVII: o poder absoluto, concentrado num homem, para fazer o que lhe der na gana

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Agora é que vai ser literacia

Não se fala de outra coisa nesta esplanada: o despacho nº 9128/2024 de 12 de agosto. Se não sabe do que se trata, falta-lhe levar para a praia o Diário da República - como faz a generalidade dos cidadãos. Falta-lhe Literacia.

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Influencers à força

Pessoalmente defendo que, por uma questão de privacidade, segurança e direito à imagem, as crianças não devem ser expostas em quadros de intimidade, mas cabe a cada um avaliar

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Pedalar pela dignidade

A luta dos estafetas é a luta de todos, pelo nosso futuro comum. Não é justo que pedalem sozinhos pela dignidade de todos

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Abril de 24 sempre!

Devemo-nos, a nós e à comunidade, a defesa dos direitos fundamentais que o 25 de Abril trouxe e a luta por mais igualdade e por mais justiça para todos

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Passas do Allgarve

Disclaimer: proponho olhar para o Algarve como região onde problemas presentes em todo o território se revelam com particular clareza. Um espelho do País, não uma realidade à parte

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Votar com o dedo do meio

Há um dito que diz “quando um sábio aponta o céu, o tonto olha para o dedo”. Perante um milhão de pessoas a votar com o dedo do meio, há que saber olhar para o céu

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Cabelo à lua

Nenhum governo trará justiça e prosperidade ao País sem criar espaço para refletirmos e agirmos sobre o nosso tempo. Sobre a cultura, sobre a ciência, sobre o ambiente, sobre o futuro. Nada disto é matéria de extraterrestres

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1% (do debate) para a cultura

Já aqui critiquei o formato dos debates eleitorais. Não compreendo uma grelha televisiva que dá quinze minutos a cada candidato, três perguntas e ala que se faz tarde, e logo oferece horas intermináveis ao comentário sobre o mesmo debate. Alô, futebol? Tudo neste formato promove o espetáculo televisivo, onde uma conversa civilizada será sempre “morna”, aborrecida, e o golpe baixo será “disruptivo”, um pico de audiências

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Spotify: toda a música do mundo por 0,002€

Para conseguir pagar um jantar, um artista tem de ser ouvido dez mil vezes. O streaming faz as maravilhas dos utilizadores – eu sou um deles -, oferecendo o milagre de levar no bolso uma riqueza incalculável, o melhor que já se fez na música. Infelizmente, à moda do admirável novo mundo, os verdadeiros autores do trabalho são compensados com a vaga “oportunidade” de estarem expostos numa montra mundial. O mal é que essa grande oportunidade não paga contas

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Hot Clube: a Alegria de porta fechada

O Hot é, há décadas, uma instituição incontornável no panorama cultural e artístico nacional - na formação, criação e produção musical - e o seu encerramento é assunto da cidade e do país

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Prognósticos só no final do ano

A forma como permitimos que os algoritmos penetrem na nossa vida íntima, do acordar ao deitar, durante as refeições, o trabalho e as pausas, sozinhos ou acompanhados, com informação filtrada e emoções primárias, está a intoxicar-nos

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O tio facho, a prima comuna

Sei que, para muitos, lidar com a família é um exercício diplomático de alto risco. Dito isto, acho a generalização deste estereótipo – o tal familiar que tem de ser posto na ordem – sintoma de um processo de balcanização em curso, com o qual perdemos todos

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Cultura, o tema fantasma

A ausência de debate em torno daquilo que mais existe de básico – a Cultura, erradamente colada à visão dos camarotes do Teatro São Carlos – condena o País ao marasmo

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Futuro? Afuera!

Os populistas modernos aí estão: falam como quem está fora do sistema (por mais que floresçam lá dentro), sem medo da elite (por mais que a elite os financie) e prometem resgatar a “ordem” (financeira, social, os bons costumes) perante uma população cansada

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Ninguém ganha nada com isto

Só ganha com este nevoeiro a fação do extremismo. Quem perde é a Democracia. Aqueles que, por não gostarem de António Costa, pensam ter aqui uma boa notícia estão desligados da realidade