A academia, os media e o farto comentariado televisivo falam demasiado do ” quarteto do caos“, referindo-se à China, à Rússia, ao Irão e à Coreia do Norte. À boa maneira maniqueísta e politicamente correta, há uns vilões que põem em causa a ordem internacional e depois há uns virtuosos – do chamado Ocidente – que se julgam acima de qualquer crítica e que julgam ter a missão de evangelizar todo o planeta em matéria de democracia.
Como não estamos aqui para falar de esoterismos geopolíticos, vamos ao que interessa. Quem representa hoje a maior ameaça a Xi Jinping (presidente chinês), a Vladimir Putin (Presidente russo), a Ali Khamenei (líder supremo do Irão) e a Kim Jong Un (o jovem ditador de Pyongyang)? O melhor é alargarmos a questão a outros autocratas, por serem cada vez mais, um pouco por todo o lado. Quem são as personalidades que realmente assustam Hibatullah Akhunzada (mulá que dirige o Afeganistão), Aleksander Lukashenko (Presidente da Bielorrússia), Nicolás Maduro (Presidente da Venezuela), Mohamed bin Salman (principe herdeiro e líder de facto da Arábia Saudita), Miguel Díaz Canel (Presidente de Cuba), Isaias Afewerki (Presidente da Eritreia) ou Kaïs Saïed (Presidente da Tunísia? Se pensa que a resposta passa por Joe Biden, Donald Trump, Emmanuel Macron, Keir Starmer, Olaf Scholz ou Ursula von der Leyen, o melhor é pensar em alternativas. E elas são muitas, centenas de milhar. Estamos a falar de prisioneiras políticas, de prisioneiras de consciência, de mulheres que lutaram e lutam contra a discriminação e por sociedades livres e justas, não se confinando às questões de género. É por elas que hoje se assinala o Dia Internacional das Defensoras dos Direitos Humanos, uma data especial e pouco conhecida, formalizada oficialmente na resolução 68/181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 2013.
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