O rosto de Calvin Parris figurava, há quatro anos, no topo das prioridades dos agentes do National Crime Agency (NCA), a agência britânica que se dedica ao combate à criminalidade organizada e violenta. Em finais de 2020, Calvin Parris foi identificado como um dos líderes de uma organização criminosa, que se dedicava a inundar o Sul do País de Gales de cocaína.
O seu nome chamou a atenção na sequência da operação que levou ao desmantelamento da plataforma Encrochat, conhecida como o “WhatsApp dos criminosos”, a cujo servidor as polícias de França e dos Países Baixos conseguiram aceder, passando a partilhar as informações recolhidas com as autoridades europeias – o “narco” português Rúben Oliveira, conhecido como “Xuxas”, também caiu desta maneira.
Porém, quando a polícia do Reino Unido lhe bateu à porta, Calvin Parris já se tinha evaporado. E o mandado de detenção europeu para a sua detenção – datado de 22 de dezembro de 2020 – não surtiu efeito durante quatro anos. A caça ao homem terminou no dia 3 deste mês, quando o narcotraficante foi localizado e detido pela Polícia Judiciária, perto da localidade de Boliqueime, no município de Loulé.
Calvin Parris , 34 anos, viveu todo este tempo escondido em Portugal – passando agora a integrar uma longa lista. Os investigadores acreditam que Parris contou com a ajuda de cúmplices, que integram a comunidade britânica fixada na região do Algarve, para conseguir escapar ao radar das autoridades. A NCA concluiu que Parris abandonou o país por volta do dia 29 de novembro de 2020, após a prisão de vários de seus cúmplices.
Natural de Cardiff, Calvin Parris está acusado de conspiração para fornecer cocaína. Entretanto, o Tribunal da Relação de Évora deu luz verde à sua extradição para o país requerente (Reino Unido). Parris foi transportado para Cardiff na passada quarta-feira, ficando em prisão preventiva. Está previsto que o julgamento tenha início já em novembro.
Em declarações ao site da NCA, Neil Keeping afirmou que a detenção de Calvin Parris destaca “o compromisso [daquela entidade] em localizar os suspeitos de crimes graves e de devolvê-los ao Reino Unido para que enfrentem acusações”. “Este caso deve servir de aviso para outros fugitivos: não importa o quanto tentem fugir da polícia, iremos sempre apanhá-los”, sublinhou este responsável da NCA. “Os meus agradecimentos aos nossos parceiros da Polícia Judiciária, que trabalharam incansavelmente para localizar e prender Parris, e aos nossos agentes por o terem colocado novamente sob custódia da Polícia de Gales do Sul”, concluiu o agente.