As guerras já não acontecem longe, estando nós aqui tão bem neste pacato país à beira-mar plantado. As guerras estão na nossa sala de estar, frente ao sofá, muitas vezes como pano de fundo do jantar da família. Ou vão connosco no bolso, para todo o lado, agarradas à nossa rede social favorita. Há até um termo para quem sofregamente procura artigos e vídeos perturbadores: doomscrolling.
São faces da ansiedade que, em tempos de guerra, pandemias, inflação e pobreza, são levadas aos píncaros. Porque tudo é “notícia de última hora”, “contagem de mortos e feridos”, “falta de tempo para salvar o planeta” – e a urgência do mundo junto com a nossa própria correria diária resulta num vulcão com erupções mais frequentes do que aquelas que gostaríamos de ter.