Uma petição, lançada esta semana, contra a intenção da Quercus de vender terrenos seus a uma zona de caça deixou a associação debaixo dos holofotes. Mas esta polémica é apenas a ponta do icebergue – a direção da organização não governamental do ambiente está a ser investigada por suspeitas de gestão danosa. A Procuradoria-Geral da República confirmou à VISÃO que o inquérito-crime (nas mãos do DIAP, Departamento de Investigação e Ação Penal, de Lisboa) está em curso e se encontra em segredo de justiça.
Fontes internas ouvidas pela VISÃO descrevem uma situação financeira periclitante, com dívidas e prejuízos substanciais, além de pagamentos em atraso que já levaram ao corte de serviços e pelo menos a um pedido de penhora. O presidente, João Branco, garante que tudo não passa de dificuldades de tesouraria pontuais. Mas os relatórios anuais da associação parecem contar outra história: no ano passado, os resultados líquidos foram de 183 mil euros negativos; no anterior, de quase meio milhão.
A gestão desta direção, que termina o mandato em março de 2019, provocou uma guerra interna, com vários associados a movimentarem-se para tentar destituir os atuais dirigentes – enquanto há tempo para salvar a Quercus, dizem. Toda a história sobre a tempestade na mais conhecida associação portuguesa do Ambiente pode ser lida na revista VISÃO desta semana.