O recluso n.º 17785 da cadeia francesa de Saint-Quentin-Fallavier, em Isère, que ali se encontra em prisão preventiva desde 3 de setembro do ano passado, quebrou esta terça-feira, 13. Nordahl Lelandais confessou às autoridades ser o autor do rapto e assassínio da luso-descendente Maëlys de Araújo, de nove anos, que desapareceu na madrugada de 26 para 27 de agosto, quando estava numa festa de casamento, na região de Pont-de-Beauvoisin, perto de Lyon.
Ex-militar, 34 anos, Lelandais sempre contestou o seu envolvimento no caso, encontrando respostas para as suspeitas com que o procurador Jean-Yves Coquillat o confrontava, em interrogatórios que decorreram meses a fio. Até que, na terça-feira, perante análises da polícia científica que indicam ser comprovadamente de Maëlys de Araújo vestígios de sangue recolhidos no porta-bagagem do carro de Lelandais, um Audi A3, o ex-militar francês cedeu.
Agora, outro procurador, Thierry Dran, admite existirem “indícios sérios e concordantes” de que Lelandais pode estar ligado a um caso que investiga: o homicídio do soldado Arthur Noyer, que desapareceu em abril de 2017 e cujos restos mortais foram encontrados a 13 de janeiro em Chambery, na comuna de Savoie.
Segundo o diário Le Monde, as autoridades francesas já iniciaram, com epicentro em Nordahl Lelandais, as averiguações próprias de quem procura um serial killer. Foram reabertos e começaram a ser novamente investigados os processos de outros 15 desaparecimentos verificados desde 2010 nas regiões onde Maëlys e Noyer perderam a vida.