Desde que o The New York Times publicou, no passado dia 5, a investigação sobre os alegados abusos sexuais cometidos por Harvey Weinstein sobre várias mulheres, o escândalo não tem parado de aumentar.
Esta quarta-feira fica, para já, marcada pelas acusações das atrizes Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie. O caso de Paltrow remonta aos seus 22 anos, quando, depois de a contratar para protagonizar Emma, numa reunião que teve lugar num hotel, pôs-lhes as mãos em cima e sugeriu que fosse para o quarto para “massagens”. “Eu era uma miúda, tinha sido contratada, estava petrificada”, recorda, acrescentando que recusou e contou ao seu então namorado, o também ator Brad Pitt, que por sua vez confrontou Weistein. O resultado foi o produtor avisar Paltrow que não devia contar a mais ninguém.
A “má experiência” de Angelina Jolie também remonta à juventude e atriz conta apenas que nunca mais trabalhou com Harvey Weistein e avisou outras mulheres acerca da sua conduta.
Mais claras são as acusações da atriz italiana Asia Argento que, segundo a The New Yorker, contou à revista que o produtor a forçou a um ato sexual.
Em comunicado enviado à revista People, a sua mulher, a designer Georgina Chapman, anunciou que vai deixá-lo, considerando o comportamento do marido como “imperdoável”.
Também o ex-presidente norte-americano Barack Obama já reagiu ao caso, declarando que tanto ele como a sua mulher Michelle ficaram indignados com as alegações contra Weinstein, um dos grandes financiadores do Partido Democrático desde o início dos anos 90. “Qualquer homem que menospreze e degrade as mulheres dessa maneira tem de ser condenado e responsabilizado, independentente da sua riqueza ou status”, acrescentou.

Mike Blake/ Reuters
As acusações remontam à década de 1990, altura em que Weinstein estava à frente da produtora Miramax, um estúdio de cinema independente que era propriedade do gigante cinematográfico Walt Disney Co. Do escândalo fazem parte acusações de abusos sexuais por parte da atriz Ashley Judd, conhecida pelo filme “Frida” ou pela saga “Divergente”.
Em 5 de outubro, o New York Times publicou uma investigação, baseada em dezenas de testemunhos de antigos e atuais funcionários da empresa que facultaram detalhes sobre o comportamento do produtor.
Segundo o jornal novaiorquino, Weinstein chegou a acordos extrajudiciais com pelo menos oito mulheres para resolver acusações de assédio sexual.
Num comunicado enviado ao jornal, o produtor admitiu que a forma como se comportou no passado com companheiras de trabalho provocou muitos danos, pelo que pediu perdão e uma segunda oportunidade.
“Apesar de estar a tentar melhorar, sei que tenho um longo caminho a percorrer”, reconheceu no mesmo comunicado Weinstein, garantindo que tenta corrigir a sua forma de atuar há dez anos com recurso a terapia.