A melatonina foi descoberta há 66 anos, mas só recentemente saiu do quase anonimato para a ribalta das noites bem dormidas. Hoje, os cientistas já sabem que ela é a hormona que avisa o corpo da hora de ir para a cama e que se forma na glândula pineal (uma estrutura localizada no cérebro). De dia, ela inibi-se com a luz. De noite, a não ser que se esteja ao pé de uma fonte de claridade, ela liberta-se para a corrente sanguínea.
Nos humanos, já está provado, induz o sono por duas vias: suprimindo as áreas do cérebro envolvidas no despertar e diminuindo a temperatura corporal, algo necessário para uma boa noite de sono.
A melatonina também se tem mostrado muito eficaz a acertar o relógio biológico (ritmo circadiano), especialmente em casos de jet lag.
No entanto, os estudos ainda são inconclusivos quanto os efeitos desta hormona na cura das insónias, até porque ela deve ser tomada ainda de tarde e a investigação do cientista Patty Deuster, da americana Uniformed University of Health Sciences, só reportam resultados de melatonina dada à noite. Philip Gehrman, um especialista em sono da Universidade da Pennsylvania, mostra-se bastante mais radical: “A investigação é clara. A melatonina é um péssimo comprimido para dormir.”
Por outro lado, em 2011, a European Food Safety Authority, que regula a produção de comprimidos de melatonina na Europa, concluiu que ela ajuda a reduzir o tempo em que se adormece.
No fundo, o que se descobriu até agora, é que se o problema de sono tiver origem na falta de produção da hormona (ela tende a diminuir com a idade), a melatonina vai ser eficaz. Se ele residir noutros fatores, como ansiedade ou stress, por exemplo, já não terá grande efeito na hora de dormir. E não será uma dose maior que mudará a situação.
Como não tem efeitos secundários, nada melhor do que experimentar na próxima insónia. Pode ser que resulte…