Os smartphones são psicologicamente viciantes, conduzem a comportamentos narcisistas e deviam vir acompanhados de um aviso de saúde. Esta conclusão parte de um estudo feito pela Universidade de Derby no qual 13% dos participantes foram considerados viciados, com 3,6 horas de uso do aparelho, por dia. A maioria admite que o smartphone lhes causa distração quanto a muitos aspetos das suas vidas, incluindo o trabalho, passatempos e os estudos.
O co-autor do estudo, Zaheer Hussain, do departamento de psicologia da Universidade, disse que estes aparelhos deviam ser vendidos com um aviso de saúde. “As pessoas têm de conhecer as potenciais propriedades viciantes das novas tecnologias,” disse.
“O aviso podia ser dado antes da compra do aparelho ou antes de ser feito o download de uma aplicação. Antes de fazer o download de jogos tais como o Candy Crush ou o Flappy Bird, devia existir um aviso em como aquele jogo o pode prender durante horas a fio e que pode estar a negligenciar outras responsabilidades que tem a cumprir.”
O estudo examinou as respostas de 256 utilizadores de smartphones a quem foi perguntado como utilizavam o seu dispositivo, bem como questões destinadas ao apuramento dos seus traços de personalidade. As redes sociais foram as aplicações mais utilizadas (87%), seguidas pelas aplicações de mensagens instantâneas (52%) e pelas novas aplicações (51%).
Segundo os autores do estudo, o narcisismo está ligado ao vício. Referem o facto de que 35% das pessoas confessou utilizar os seus aparelhos em áreas ou situações em que estes são proibidos (enquanto conduzem, por exemplo). Muitas outras justificaram-se dizendo que sabem melhor do que as autoridades que impuseram as regras. “O narcisismo é um traço de personalidade negativo e se uma pessoa que passe muito tempo no Facebook ou no Twitter está mais propensa a apresentar este tipo de traços,” diz Hussain.
Se, por um lado, 47% das pessoas falaram positivamente em melhorias nas suas relações pessoais, quase um quarto admitiu que os seus smartphones lhes criam problemas de comunicação na ‘vida real’. Problemas dos quais a diminuição das conversações e uma quebra de comunicação devido ao uso excessivo do aparelho junto de familiares e amigos. 60 participantes especificaram uma distração severa das suas relações interpessoais e o impacto negativo nas comunicações familiares.
Segundo o estudo: “Se os efeitos adversos dos smartphones forem comunicados de modo correcto aos utilizadores, estes ficam informados de que, apesar de promotores de comunicações, os smartphones podem facilmente conduzir a ações narcisistas, que irão deteriorar as relações familiares.”
Hussain pretende que sejam feitas mais pesquisas dentro do tema no futuro, com uma maior amostra de pessoas.