Bruno Fialho, presidente do ADN, vai sentar-se no banco dos réus para responder por ofensas à honra de Magina da Silva. O Ministério Público (MP) acompanhou a queixa do ex-diretor nacional da PSP – substituído no cargo, em setembro de 2023, por Barros Correia –, que se considerou “insultado” na sequência de um artigo de opinião, da autoria de Fialho, publicado no dia 2 de outubro de 2022, no jornal Diário do Distrito (de Setúbal).
Nesse artigo, Bruno Fialho criticava a decisão do então diretor nacional da PSP de “proibir” os agentes da PSP de utilizarem armas de fogo “em situações de alteração de ordem pública”. “Cobardemente, [Magina da Silva] emitiu uma norma interna que começou ontem a circular pela internet, onde proíbe os seus homens (agentes da PSP) de usarem armas de fogo com projétil letal, em situações de alteração de ordem pública, bem como avisa que não será admissível o recurso passivo (retirar a arma do coldre) e que quem desobedecer será punido”, lia-se. O presidente do partido ADN acrescentou ainda que “Magina da Silva ‘vendeu’ os seus homens e entregou-os nas mãos de um poder político, que percebe tanto de segurança pública como eu de construir naves espaciais”.

O MP considerou que Bruno Fialho “colocou em causa publicamente a honestidade, seriedade e dignidade pessoal e profissional” de Magina da Silva. Na sequência desta decisão, o presidente do ADN enviou um comunicado de imprensa às redações, defendendo “a liberdade de expressão” e “repudiando” o que considera ser um “ataque” do ex-diretor da PSP e do MP.
No comunicado, Bruno Fialho chama a atenção para a instaisfação das forças de segurança e acusa Magina da Silva de “tentar condicionar a ação dos políticos que o escrutinam”.
“[O ex-diretor nacional da PSP] foi nomeado pelo Governo de António Costa como oficial de ligação do Ministério da Administração Interna junto da Embaixada de Portugal em Paris, onde pode descansar e usufruir do excelente vencimento que essa nomeação lhe concede, ao contrário dos agentes que continuam a lutar dia-a-dia por melhores condições de trabalho e, muitas vezes, pela própria vida”, defende o presidente do ADN.
“Todas as expressões que empreguei, e que não retiro, retratam a imagem, má, que o próprio Magina da Silva, semeou e plantou, nas mentes da maioria dos portugueses, bem como de muitos agentes das nossas forças de segurança, que esperavam ter um comandante, com uma postura perante o poder político, completamente diferente, até devido ao currículo que o mesmo ostentava”, lê-se ainda na nota.