
As projeções do Ministério da Saúde quanto aos cuidados intensivos mostram a gravidade da situação: de 6 a 20 fevereiro, estimam ter 1100 doentes nos Cuidados Intensivos – um valor superior ao limite máximo de 1000 planeado pelo Governo.
A projeção foi revelada pela própria ministra da Saúde numa grande entrevista à VISÃO, publicada na edição desta quinta-feira, dia 4 de fevereiro. Aliás, Marta Temida admite que o Executivo jamais imaginou este atual cenário. “Nunca pensámos que isto fosse acontecer”, confessou, confirmando que, neste momento, a pressão das últimas semanas, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo, ultrapassou a capacidade instalada e disponibilizada nos hospitais para acolher doentes com covid-19 nos cuidados intensivos: “Planeámos um limite que não era este com que estamos a ser confrontados”.
Foram estas últimas projeções que levaram o Governo a solicitar ajuda à Ilha da Madeira e também a alguns países estrangeiros, como a Alemanha, que já enviou médicos e equipamentos para ajudar na área dos intensivos. Até então, o Executivo de António Costa parecia acreditar que jamais se ultrapassaria as 1000 camas. Por isso, em novembro, perante o vertiginoso aumento de casos, e depois de se ter conseguido duplicar as 431 camas disponíveis em Março, a ministra da saúde explicou que o Pais podia ir até às 1000 camas para Covid-19. “Mas com prejuízo para outras doenças”, avisou na altura.
Agora, em fevereiro esse valor será ultrapassado, com a pressão de casos e internamentos. E apesar de ainda se conseguir, sublinhou a ministra, arranjar alguns espaços como blocos operatórios e salas de recobro para a Medicina Intensiva, não será suficiente. Foi isso, diz Marta Temido, que levou o Governo a avançar com articulações com outros sistemas de saúde” do mundo para alargar as camas e receber os doentes que vão chegar nos próximos dias.
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