O Governo decidiu estender o estado de calamidade a seis freguesias dos concelhos de Sintra, apurou a VISÃO: Queluz-Belas, Agualva e Mira Sintra, Cacém e São Marcos, Massamá e Monte Abraão, Rio de Mouro e, finalmente, Algueirão-Mem Martins vão continuar num regime de regras mais apertadas que a generalidade do território. Regras que se aplicam também a várias freguesias dos concelhos de Loures e de Lisboa (num total de cerca de duas dezenas e meia) e ainda, de forma integral, aos concelhos de Odivelas e Amadora.
A decisão resultou do encontro de cerca de cinco horas entre o primeiro-ministro, o ministro da Administração Interna, a ministra da Saúde e os presidentes de câmara de cada dos concelhos em que o número de novos casos de Covid-19 mais tem crescido nas últimas semanas. O anúncio oficial das freguesias visadas pela medida será feito ainda esta noite pelo presidente da Área Metropolitana de Lisboa e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
No concelho de Loures, na conferência de imprensa a seguir ao encontro com os autarcas, o primeiro-ministro fez referências aos casos de Camarate, Unhos e Apelação, por um lado, e Sacavém e Prior Velho, por outro.
Nas freguesias e concelhos visadas pela decisão do Governo, o prolongar do regime de exceção vai traduzir-se em maior fiscalização nas ruas – ou seja, uma presença mais constante do policiamento, como os autarcas tinham pedido a António Costa –, estando ainda a ser preparada legislação específica que prevê a aplicação de coimas a quem desobedeça às regras que entram em vigor a partir da meia-noite desta segunda-feira. Segundo fonte autárquicas, o valor das coimas poderá chegar às “duas a três centenas de euros”. Além do reforço da fiscalização, haverá também um reforço das equipas de saúde responsáveis pelo acompanhamento da propagação do novo coronavírus nestas áreas.
Há, no entanto, regras apertadas que serão aplicadas a todos os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. A limitação de grupos até às 10 pessoas e a obrigação de encerramento de portas a partir das 20 horas de todos os espaços onde não sejam servidas refeições. As estações de serviço ficam proibidas de vender bebidas alcoólicas. António Costa explicou que este alargamento de certas medidas a toda a AML se explica com os fluxos de pessoas de uns concelhos para os outros.
Este conjunto de medidas é a resposta do Governo ao aumento do ritmo de propagação da Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa, que tem registado números acima da média nacional ao longo das últimas semanas.