O líder eleito do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o partido deve saber pôr os interesses do país em primeiro lugar de forma a resolver “estrangulamentos estruturais que nenhum partido está capaz de resolver isoladamente”.
“Um partido que põe o país em primeiro lugar é um partido disponível para, em nome do superior interesse nacional, procurar dialogar e resolver com outros, o que sozinho jamais conseguirá com a indispensável eficácia”, defendeu Rui Rio, no seu discurso inaugural no 37.º Congresso do partido.
Para o líder eleito, honrar o princípio do fundador Francisco Sá Carneiro, de pôr Portugal em primeiro lugar, “é justamente ter esta postura e não o seu inverso”.
“Os partidos existem para servir o país, não existem para dar corpo às suas pequenas tácticas, nem aos interesses dos seus dirigentes. Nada deve condicionar a melhor decisão por Portugal”, apontou.
Na parte final da sua intervenção, e a mais aplaudida do seu discurso inaugural no 37.º Congresso do PSD, Rio afirmou que os que falam de um Bloco Central “perdem tempo com o sexo dos anjos”: “Perdem tempo com o que não existe nem existirá”, assegurou.
“Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente com os outros e cooperarmos na busca de soluções para os graves problemas nacionais, que, de outra forma, não é possível resolver. Coisa diferente é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros”, acusou.
Rio afirmou a vontade de vencer as três eleições de 2019, “sejam elas regionais, para o Parlamento Europeu ou para a Assembleia da República”.
“O PSD apresentar-se-á aos portugueses como uma alternativa forte e credível a esta governação presa à extrema-esquerda”, assegurou.
Rui Rio sublinhou que o PSD “é um grande partido de poder”: “Por isso, o seu objetivo é sempre ganhar. Sempre que nos candidatamos, o nosso imperativo é sermos os primeiros”, afirmou, na passagem que mais aplausos recolheu e que levou alguns congressistas a gritarem “PSD, PSD” de pé.
Agradecimento a Passos e Santana
O presidente eleito do PSD, Rui Rio, agradeceu hoje a Pedro Passos Coelho, a governação histórica “de salvação nacional” e elogiou a “coragem e a humildade democrática” de Santana Lopes por disputar a liderança.
Na sala da Centro de Congressos de Lisboa, os delegados do PSD aplaudiram, de pé, tanto Passos Coelho, líder durante oito anos e primeiro-ministro durante quatro, como Pedro Santana Lopes, que disputou as diretas com Rui Rio, em 13 de janeiro.
“Fica um trabalho de governação que a história reterá como de salvação nacional em face da situação que, sem qualquer responsabilidade, herdou”, afirmou Rui Rio.
Para o novo líder do PSD, o “tempo é o melhor juiz” e será ele a valorizar o trabalho de Passos Coelho à frente do Governo PSD/CDS-PP, durante o período da ‘troika’.
Passos promete contribuir para a união e admite: “Não é fácil bater a geringonça, mas é preciso bater a geringonça”
O presidente cessante do PSD, Pedro Passos Coelho, mostrou-hoje disponível para contribuir “como um soldado” para a união do partido e para os resultados que o seu sucessor, Rui Rio, ambiciona para o país.
“Estou aqui como um soldado a contribuir para a união do nosso partido e para que os nossos resultados sejam aqueles que ambicionares, e tenho certeza de que ambicionas muito para o nosso partido, porque ambicionas com certeza muito para o nosso país”, declarou Pedro Passos Coelho, dirigindo-se a Rui Rio.
O antigo primeiro-ministro, que liderou o PSD durante oito anos, despediu-se da presidência do PSD na abertura do 37.º Congresso do PSD, em Lisboa, passando, num “momento simbólico”, a liderança a Rui Rio.
Passos Coelho, defendeu no seu dscurso que “não é fácil bater a geringonça, mas é preciso bater a geringonça”, num discurso em que elogiou o contributo do CDS-PP, que pode voltar a ser “importante no futuro”.
No discurso, em que teceu duras críticas à solução de Governo do PS, apoiado por BE, PCP e PEV, condenando até a “vulgaridade” manifestada nos debates quinzenais no parlamento, Pedro Passos Coelho fez também um balanço da governação PSD/CDS-PP, com uma chamada de atenção particular ao antigo parceiro de executivo e coligação.
“Esta menção ao CDS é hoje muito relevante, porque o que conseguimos fazer não fizemos sozinhos, fizemos com o CDS, isso é importante e será importante para futuro”, declarou, num momento em recolheu palmas dos congressistas.
Lusa