Há uma grande dúvida que tem ensombrado a corrida autárquica a Lisboa mas sobre a qual os candidatos pouco ou nada dizem. Irá o PSD ficar atrás do CDS-PP na capital como indicam algumas sondagens? Se esse cenário se tornar realidade será uma derrota grande para os sociais-democratas na capital.
Teresa Leal Coelho, candidata do PSD, foi anunciada tardiamente como candidata depois de Pedro Santana Lopes ter recusado avançar. Uma situação que evidenciou a falta de alternativas entre os sociais-democratas. E se o PSD tardou em anunciar a sua candidata o CDS antecipou-se a todos os partidos. Assunção Cristas anunciou, com mais de um ano de antecedência, a sua candidatura à autarquia da capital, surpreendendo até o ex-parceiro de coligação – que ainda não tinha posto de parte uma candidatura conjunta entre os dois partidos. A luta à direita pelo segundo lugar não é assumida por nenhuma candidata mas será certamente um dos motivos que irão criar expectativa até serem conhecidos os resultados.
Já Fernando Medina vai pela primeira vez a votos. Assumiu a presidência da Câmara Municipal de Lisboa quando António Costa saiu para liderar o PS nas eleições legislativas em meados de 2015. Desde então, o substituto do atual primeiro-ministro tomou as rédeas da capital e apostou em obras de requalificação de espaços como o Saldanha ou o Cais do Sodré. Os adversários criticam-no por apostar no turismo sem se preocupar com os lisboetas. Há, no entanto, quem valide a estratégia seguida até agora. A maioria absoluta é o objetivo que Medina almeja. Mas se for reeleito com maioria relativa surge uma outra dúvida: quem irá integrar o Executivo camarário juntamente com o PS? Haverá nova geringonça na capital?
À esquerda, a corrida parece ser mais tranquila. CDU e Bloco de Esquerda esperam eleger pelo menos um vereador e a julgar pelas sondagens ambos os partidos vão conseguir atingir esse objetivo. Um resultado que pode ganhar relevância se Fernando Medina falhar a maioria absoluta.