Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a viagem começa hoje na Arábia Saudita, estando prevista uma visita ao Egito na quinta-feira, sendo que o final da missão acontecerá em Israel na sexta-feira.
“Em Israel, o secretário Blinken discutirá com a liderança do Governo de Israel as negociações em curso para garantir a libertação de todos os reféns” feitos pelo grupo islamita Hamas no ataque de 07 de outubro, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Blinken “vai discutir a necessidade de garantir a derrota do Hamas, inclusive em Rafah, de uma forma que proteja a população civil, não impeça a entrega de ajuda humanitária e promova a segurança geral de Israel”, adiantou a mesma fonte.
Nas suas conversações em Jeddah, Cairo e Telavive, espera-se que Blinken se concentre nas negociações de um cessar-fogo e acordo de libertação de reféns, em aumentar as entregas de ajuda humanitária a Gaza por via terrestre, ar e mar e em planear o futuro pós-conflito do território.
“Continuamos a enfrentar uma situação humanitária horrível para as crianças, para as mulheres, para os homens em Gaza”, disse Blinken numa conferência de imprensa realizada na terça-feira nas Filipinas, antes de partir para a Arábia Saudita.
Defendendo o direito de Israel evitar um novo ’07 de outubro’, o secretário de Estado norte-americano sublinhou, no entanto, ser responsabilidade de Israel “dar prioridade à proteção dos civis — aqueles que estão em perigo — e fornecer ajuda àqueles que precisam desesperadamente de assistência humanitária”.
Na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, Blinken deverá reunir-se com o líder ‘de facto’ da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita.
A perspetiva de normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel é vista como uma potencial alavanca para pressionar os israelitas a aliviar o sofrimento civil em Gaza, embora o príncipe herdeiro tenha deixado claro que isso não acontecerá se não for acompanhado da aceitação plena por Israel de um Estado palestiniano, exigência a que Netanyahu e muitos membros do seu Governo de extrema-direita se opõem fervorosamente.
Na quinta-feira, Blinken vai reunir-se, no Cairo, com autoridades egípcias e também com um comité árabe de seis membros que inclui ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Marrocos e Autoridade Palestiniana (AP), segundo adiantou um diplomata egípcio citado pela agência de notícias Associated Press.
Este grupo foi encarregado de explorar formas de renovar, reformar e revitalizar a AP para um possível papel de governação em Gaza quando a guerra terminar.
Espera-se também que as discussões de Blinken abordem as negociações de cessar-fogo, que têm assumido uma nova urgência à medida que a situação humanitária em Gaza se torna cada vez mais catastrófica.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 31 mil pessoas, maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e uma agência das Nações Unidas alertou esta semana para a situação de “fome iminente” sobretudo no norte de Gaza.
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