Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do Presidente norte-americano, Joe Biden, confirmou “ouvir com cada vez mais frequência que o Exército ucraniano está a racionar munições ou mesmo a ficar sem elas na linha da frente”, pelo que apelou ao Congresso para pôr fim à “inação dos Estados Unidos”.
Apesar de tudo, Kiev continua a infligir danos à frota russa no mar Negro, tendo reivindicado a responsabilidade pela destruição de mais um navio.
A NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) saudou as “pesadas perdas” infligidas à Rússia no mar, classificando-as como “um grande êxito” das forças ucranianas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, congratulou-se com o ataque, afirmando: “Reforçou a segurança no mar Negro e a motivação do nosso povo”.
Contudo, no terreno, a tarefa de recuperar os quase 20% de território ucraniano ocupados por Moscovo continua a ser gigantesca.
“Os ocupantes russos continuam a aumentar os seus esforços e ultrapassam em número” as forças ucranianas, declarou o general Syrsky na plataforma digital Telegram, numa altura em que a Ucrânia se esforça por conseguir preencher as fileiras do seu Exército.
“Estamos a fazer tudo o que é possível para impedir que o inimigo avance no nosso território e para manter as nossas posições”, sublinhou o novo comandante-supremo, reconhecendo que as suas forças estão com dificuldade em conter os múltiplos ataques russos no leste do país.
Syrsky, que durante muito tempo comandou as operações militares de Kiev no leste, foi na semana passada promovido a chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, depois de Zelensky ter apelado para “mudanças”, na sequência do fracasso da contraofensiva ucraniana do verão de 2023.
Na sua primeira visita à frente de batalha enquanto comandante-supremo, o general deslocou-se com o ministro da Defesa, Rustem Umerov, às zonas de Avdiivka e de Kupiansk, dois dos pontos mais críticos da frente oriental.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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