Esta quarta-feira, Yekaterina Duntsova apresentou-se como candidata às eleições presidenciais da Rússia. A ex-jornalista é assim, e até ao momento, a única oposição a Vladimir Putin na votação daquele país, que está marcada para março do próximo ano.
A candidatura às eleições foi apresentada na Comissão Eleitoral Central. Contudo, Duntsova ainda precisa de reunir 300 mil assinaturas até 31 de janeiro para formalizar a sua pretensão. Se se candidatasse por um partido político necessitaria de 100 mil assinaturas, mas está a fazê-lo enquanto independente.
À saída da Comissão Eleitoral Central, Duntsova foi abordada por um jornalista, que lhe perguntou se ela acreditava realmente que iria conseguir concluir a sua candidatura. “Porque falamos disso se, perante a Lei, eu tenho o direito para me apresentar como candidata?”, respondeu a ex-jornalista.
Com 40 anos, Yekaterina Duntsova já se pronunciou publicamente contra a guerra na Ucrânia. Em novembro, a ex-jornalista deu uma entrevista à Reuters na qual defendeu a sua posição e pediu a libertação de presos políticos, como é o caso de Alexei Navalny, líder da oposição ao governo russo. De fato, Duntsova usou a palavra “guerra” para descrever o conflito entre Rússia e Ucrânia, apesar de Vladimir Putin o chamar de “operação militar especial”. A jornalista também admite sentir medo por se opôr ao atual presidente. “Qualquer pessoa sã que desse este passo iria ficar com medo – mas o medo não deve vencer”, declarou.
Recorde que Vladimir Putin, 71 anos, está no poder desde 1999 e procura obter novo mandato de presidente nas eleições de março de 2024. O seu principal opositor, Alexei Navalny, está atualmente a cumprir penas de prisão que totalizam mais de 30 anos. Outros críticos do atual governo russo também se encontram atrás das grades. Por esse motivo, os apoiantes de Navalny consideram as próximas eleições presidenciais uma farsa, com o Kremlin a ser acusado de facilmente manipular o processo de votação.